Digital é só para millennials ?
Em uma era onde o conceito de “aprender, ganhar e aposentar” não se sustenta, precisamos criar um espaços para aprender constantemente ao longo da vida
Em uma era onde o conceito de “aprender, ganhar e aposentar” não se sustenta, precisamos criar um espaços para aprender constantemente ao longo da vida
14 de março de 2019 - 13h51
“Você pode não se achar idoso, mas se a maior parte do tempo no seu trabalho você envolvido com pessoas mais novas que você, acredite você é”. Esta foi uma das primeiras falas de Chip Conley, que há 4 anos foi convidado para ser o head de hospitalidade e estratégia do AirBnb e mentor do co-fundador e CEO Brian Chesky. Para mim, um dos melhores presentes do festival, pela surpresa já que eu não esperava uma discussão tão genuína, ou pela identificação com o tema mesmo.
Chip conta que, ao começar a trabalhar no Airbnb, desconhecia completamente a lógica de crescimento e escala dos produtos digitais, o termo economia compartilhada e não sabia nem o que era o Uber. Passou por situações desafiadores em meio a colegas de trabalho, na maioria 2 ou 3 décadas mais jovens. No entanto, com o passar do tempo, percebeu que tinha muito mais a oferecer do que a aprender e que as gerações tem uma oportunidade enorme de se beneficiarem umas das outras.
Os millennials e as gerações Xs e Zs dominam tecnologia, mas carecem de aspectos fundamentais para o sucesso de uma empresa: competência emocional e a habilidade de liderança. “São habilidades que não conseguimos acelerar, requerem tempo.” Entendeu que, apesar do seu conhecimento da indústria ter sido o principal fator do convite para integrar a empresa, não era o seu maior valor. A habilidade de entender pessoas e fazer as perguntas certas para ajudá-los a refletir e tomar a decisão fez com que ele passasse a ser procurado como mentor por diversas pessoas dentro do Airbnb.
Para isso, baby boomers precisam também se adaptar, serem “idosos modernos e não pais ou padres no ambiente de trabalho”. Precisam desenvolver curiosidade e praticar a sabedoria para entender das pessoas, identificar padrões e saber fazer as perguntas certas.
Trouxe 4 aspectos que ajudam nesta adaptação:
1- evolução: reduzir o ego e entender que estamos numa nova era em que o conhecimento adquirido já esteja ultrapassado;
2- aprender: ser curioso, aprender a desenhar as perguntas que podem iluminar as soluções;
3- colaborar: apesar de serem empresas de tecnologia são formadas por humanos. Saber criar mais espaço para a colaboração.
4- aconselhar: ajudá-los no que buscar e como. transmitir confiança.
Estamos vivendo em uma era onde o conceito de “aprender, ganhar e aposentar” não se sustenta. Precisamos criar um espaços para aprender constantemente ao longo da vida.
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