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Lições do SXSW: Conhecimento e empoderamento

Foram dias muito inspiradores em que discutimos mais do que tecnologia, falamos sobre seres humanos


15 de março de 2019 - 16h16

(Crédito: Ricardo Esquivel/Pexels)

Fecho o meu último dia de festival bastante satisfeita e grata pela oportunidade de poder aprender sobre os mais variados temas com experts, clientes, concorrentes e colegas do mercado. Na mala levo lições que também vêm dos lugares mais inusitados, como a CIA e o Cirque du Soleil. Por que não ser criativo? Pensar fora da caixa? Se arriscar e aprender a lidar com as incertezas?

Foram dias muito inspiradores em que discutimos mais do que tecnologia, falamos sobre seres humanos. Neste SXSW pude me aprofundar e refletir a respeito de quatro grandes temas e gostaria de compartilhar com vocês:

Futuro do varejo e e-commerce: assisti sessões com grandes players chineses já consolidados em um mercado superconectado e empresas americanas com novos formatos que já viraram referência para mim, como a StockX, uma espécie de “mercado de ações” para a venda de itens como tênis e bolsas. Mas o que todos têm em comum? A cultura do “test and learn”, a velocidade de execução e o mindset de colocar o consumidor no centro da estratégia.

Insights e storytelling: no mundo atual é preciso conhecer o novo consumidor para atender às suas expectativas e a tecnologia é o agente transformador dessa conversa. Como oferecer o melhor conteúdo e qual o melhor formato para o usuário da nova geração que está super conectado e informado? Quibi, uma startup que tem como proposta criar uma nova maneira de fazer storytelling, fornecendo conteúdo de qualidade e com formato adaptado às necessidades de sua audiência, pode ser um grande exemplo.

E como identificar o que é realmente novo, o que pode ser uma nova tendência? Rohit Bhargava, fundador da Non Obvious Company, nos deu uma aula sobre o assunto. É preciso curar as tendências, criar uma história e inseri-la em um contexto, transformando as informações em comportamento. Para tal, ele nos sugere cinco hábitos dos curadores de tendências: é preciso ser observador, curioso, flexível, pensativo e elegante. É importante lembrar a frase de Isaac Asimov, “In not a speed reader, I’m a speed understander”.

A nova indústria de bens de consumo: muito se falou sobre as mudanças e adaptações que a indústria terá que fazer para se ajustar ao novo cenário. Vejo que a tecnologia já faz parte dos movimentos do segmento de beleza, uma indústria que vive de novidades e lançamentos, que precisa ser ágil para sobreviver com inovação constante. A L’oreal lançou no evento um kit dermatológico que por meio do teste de saliva, consegue avaliar a saúde da pele (com base no ecossistema de vírus, fungos e bactérias presentes) e assim seus consumidores podem optar por tratamentos mais customizados, de acordo com as suas necessidades.

Já no segmento de alimentos, a conversa foi mais concentrada na construção de uma cadeia sustentável e transparente em que os produtores não podem ser ‘espremidos’ pela pressão de custos baixos para conseguir manter qualidade dos ingredientes. A tecnologia entra então ajudando na democratização da informação, permitindo mais acesso a novos pratos, receitas, ingredientes, sabores e a uma nova cultura.

E por último, não posso deixar de falar sobre empoderamento, mais do que empoderamento feminino, empoderamento profissional. Gwyneth Paltrow (atriz e CEO da Goop) e Jean Case (chairman da National Geographic e autora do livro Be Fearless) se tornaram referência para mim por serem profissionais destemidas e bem-sucedidas.

Gwyneth, atriz, celebridade em Hollywood e vencedora de um Oscar, não se achava completa e feliz então buscou fazer o que a realizasse. Abriu a Goop, onde poderia conectar pessoas e fazer recomendações sobre estilo de vida e bem-estar. Passou por diversos questionamentos, sofreu com a síndrome de impostora, mas aprendeu na prática e seguiu em frente. Hoje a empresa possui mais de 250 funcionários e foi avaliada em 250 milhões de dólares e, ela mãe de dois filhos, mais segura e confiante, consegue conciliar carreira e família e, finalmente, se sente realizada.

Já Jean Case investigou as principais qualidades das pessoas que fizeram grandes mudanças em seus segmentos e, a resposta encontrada foi: pessoas comuns são as que fazem coisas grandiosas e promovem mudança.

A lição que fica é: basta querer. Podemos estar em situações vulneráveis, mas assim aprendemos. Todos somos capazes de alcançar nossos sonhos, o segredo é ser persistente e ter confiança em nós mesmos.

SXSW, obrigada por mais um ano. Até o próximo.

Let’s keep Austin weird.

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