Como construir um comunidade online autêntica?
A ampliação de pontos de contato entre marcas e consumidores tem forçado a criação de conexões mais genuínas e transparências
A ampliação de pontos de contato entre marcas e consumidores tem forçado a criação de conexões mais genuínas e transparências
Victória Navarro
17 de março de 2021 - 18h32
Nesta quinta-feira, 17, no South by Southwest (SXS), Alexis Ohanian, cofundador do fundo de capital de risco Seven Seven Six, Victorie Cogevina Reynal, CEO e cofundadora da plataforma Gloria Football, David Dobrik, chief fun officer do aplicativo Dispo, e Vernon Coleman, fundador e CEO da rede social Realtime, discutiram como estão construindo, individualmente, comunidades online únicas, autênticas e sustentáveis, em linha com uma mais nova geração conectada e engajada.
Comportamento do consumidor
O smartphone, cada vez mais, ocupa um espaço importante no dia a dia dos usuários. Segundo pesquisa da Statista, em 2019, o uso do dispositivo móvel bateu recorde ao redor do mundo. Em apenas um ano, o número de pessoas com smartphones subiu de 2,9 bilhões para 3,2 bilhões. O alto índice de penetração do dispositivo na rotina, mais do que colocar nas mãos dos usuários diversos pontos de contato com conteúdo, tem mudado a forma de comunicação entre comunidades.
De acordo com Alexis, ter, constantemente, à disposição um smartphone alterou o quanto o ser humano prioriza interações, mesmo que no ambiente digital. Tornou-se indispensável que marcas estabeleçam relações genuínas com seus consumidores, seja pela necessidade dos usuários em criarem vínculos mais duradouros com o que consomem, seja porque o ato de atrair a atenção das pessoas possui barreiras, já que o ambiente online é bombardeado, o tempo todo, de diversas informações, em milhares de diferentes canais.
Para Victoire, a Gloria Football, plataforma que visa unir mulheres fãs do esporte, uma comunidade online autêntica deve transmitir uma sensação de pertencimento, similar a de quem vai a um estádio de futebol. “Queremos ser a casa dessas pessoas no ambiente online. As comunidades traduzem sentimento. E, aqui, o que queremos transmitir é o sentimento de ser visto”, disse. Dessa forma, não importa qual ferramenta é utilizada para construir relações legítimas entre marcas e consumidores, mas sim o protagonismos da comunicação transparente e verdadeira.
O ambiente digital estimula a criação de qualquer tipo de comunidade, afirmou David: “desde a de amantes de árvores até a de carpetes”. Na internet, há espaço para os anunciantes criarem conteúdo de qualidade e explorarem diversos modos de atrair clientes. Segundo o profissional do aplicativo focado na publicação de fotos, as mídias sociais, mais especificamente, são as grandes responsáveis pela conectividade e engajamento. “As redes sociais devem aproximar as pessoas. Então, trabalhe para isso”, disse. A Dispo procura imitar uma câmera descartável. Após tirar a foto que deseja postar, o usuário precisa esperar algumas horas até que ela esteja disponível e, assim, seja publicada. A intenção por trás do aplicativo é permitir os usuários registrem o momento nas redes sociais, sem deixar de vivê-lo no instante do clique.
Em painel do SXSW, Vernon ressaltou que as comunidades representam negócios de atenção, com foco em conexões autênticas. No Realtime, por exemplo, sem a contagem de seguidores e curtidas, as pessoas podem interagir via chats e vídeos. “Plataformas que permitem que as pessoas encontrem seus nichos, encontrem suas tribos, encontrem sua comunidade, em sua cidade natal ou no exterior, são as peças de software mais impactantes e significativas que nós como empreendedores estamos criando”, afirmou.
Veja também