Publicidade

Saúde: a intersecção entre tecnologia e cuidado

Por conta da Covid-19, a telemedicina, os dados e os wereables tornaram-se aliados na preservação do isolamento social

Victória Navarro
18 de março de 2021 - 13h36

A tecnologia facilita a entrada do ecossistema de saúde nas casas. Há algumas décadas, a indústria de cuidados domiciliares não existia. Hoje, a saúde dentro dos lares representa um mercado multibilionário e um dos setores de crescimento mais rápido para oportunidades de emprego em todo o mundo. Nesta quinta-feira, 18, no South by Southwest (SXSW), Frank Leyhausen, sócio executivo da Medcom International, James Linder, CEO da Nebraska Medicine, e William Hawkins, conselheiro da EW Healthcare Patners, explicaram como outras indústrias equilibraram tecnologia com interação humana, incluindo design centrado no ser humano, e destacarão as muitas inovações que estão transformando o envelhecimento e o futuro do cuidado. A mediadora foi Kim Bond Evans, fundados e CEO da Seremedi.

Frank Leyhausen, sócio executivo da Medcom International, James Linder, CEO da Nebraska Medicine, William Hawkins, conselheiro da EW Healthcare Patners, e Kim Bond Evans, fundados e CEO da Seremedi (crédito: reprodução/SXSW)

A força da telemedicina
A telemedicina existe há anos. Em 1960, por exemplo, durante os voos espaciais da Nasa, os sinais vitais dos astronautas eram monitorados à distância, via vídeos e envio de sinais respiratórios. Já em 1967, o Hospital Geral de Massachusetts criou uma comunicação com o aeroporto de Boston, a fim de fornecer atendimentos médicos de emergência. Como avanço da tecnologia e a popularização da internet, em 1993, nos Estados Unidos, foi criada uma entidade para educação e pesquisa de telemedicina, a American Telemedicine Association (ATA), responsável por disseminar o estilo de atendimento em congressos e seminários.

No entanto, a pandemia da Covid-19, de fato, acelerou a adoção da telemedicina ao redor do mundo. A tecnologia assumiu o papel de aliada na preservação do isolamento social e nas medidas de contenção de disseminação do vírus. Na França, as teleconsultas subiram de 10 mil por semana, em março de 2020, para 1,1 milhão, em abril do mesmo ano. “O computador, o aprendizado da máquina e todas as outras ferramentas tecnológicas avançaram e ajudam, dia após dia, a democratizar a associação entre tecnologia e saúde. Agora, temos pacientes e diferentes estudos que permitem com que a gente converse com os pacientes e os tratem fora dos hospitais”, disse William. “A Covid-19 mudou a entrega de saúde como comunidades. Esperamos que as pessoas entendam a importância e a eficiência da saúde no ambiente online”, adicionou James.

As questões sociais
Para os executivos, a tecnologia é a solução no ato de democratizar a saúde. No entanto, questões sociais, como educação e o acesso a conexão, são o problema. “A tecnologia não é o problema. Ao redor do mundo, o problema é o acesso e as questões sociais. De fato, nós podemos fazer coisas que não imaginávamos há dez anos. Na pré-pandemia, as visitas virtuais, via telefone e vídeos, eram menores. Hoje, é maior. A pandemia trouxe o que estamos tentamos fazer há anos, em termos de adaptação a tecnologia e ao digital. Mas, ainda é preciso analisar o quão a sociedade está pronta para isso”, afirmou William.

James ressaltou a importância de certificar de que todas as comunidades possuem acesso a comunicação e a internet: “Quando pensamos nos usuários, desde os mais novos até os mais velhos, é preciso pensar na experiência, para não frustrar o paciente. Muitos sistemas, no meio da pandemia, aderiram telemedicina. E, é mesmo uma ótima ferramenta, que deve durar além da pandemia”. A tecnologia, adicionou, pode melhorar e tornar mais eficiente o trabalho dos profissionais da saúde.

Dados e wereables
A tecnologia, disse Frank, pode ajudar o serviço de saúde a conseguir dados que melhorem o cuidados com os pacientes. A pandemia ensinou a importância de receber informações em tempo real, e muita da tecnologia necessária para isso já está pronta. “A tecnologia é boa para monitorar os sinais dos pacientes e, assim, nos ajuda a acompanhar mais de perto, o que não conseguimos fazer no universo físico”, afirmou William. “É preciso educar não só os pacientes, como também os médicos e enfermeiros sobre as mais novas ferramentas do mercado. E, assim, cocriar com quem está no dia a dia da saúde e da tecnologia. Dessa forma, conseguimos angariar, cada vez mais, dados que importam”, complementou Frank.

Ademais, com os avanços tecnológicos, os wereables tornaram-se aliados da saúde. Por meio desses dispositivos, os profissionais do setor conseguem, com mais agilidade, acompanhar os pacientes e entender como devem acompanhá-los no dia a dia. Os wereables, ainda, possibilitam o atendimento home care. “Vejo os wereables ganhando destaque como dispositivos incorporados no dia a dia dos usuários. Um vez que temos informações precisas sobre a saúde das pessoas, poderemos cuidar melhor delas”, disse James.

Publicidade

Compartilhe

Patrocínio