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Creative SP leva empresas paulistas ao SXSW

Negócios dos setores audiovisual, música, design, startups, entre outros, participam do festival em busca da internacionalização; SPDay faz parte do circuito do projeto

Giovana Oréfice
10 de março de 2022 - 6h00

Além de serem grandes metrópoles, Hong Kong, Nova York, São Paulo, Dubai e Austin, por exemplo, têm algo em comum: são centros culturais. Contudo, nem todos desfrutam da mesma visibilidade no âmbito exterior. É olhando para esse gap que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, com o apoio da Secretaria de Relações Internacionais, coloca o South by Southwest no roteiro de eventos do Creative SP, projeto fruto de parcerias com o InvestSP.

Na mira da internacionalização, a iniciativa selecionou, dentre 160 inscritas, dez empresas paulistas do setor cultural do estado para viajar até Austin e aproveitar todo o potencial que um dos maiores festivais do mundo pode oferecer. Com uma demanda reprimida de atuação de companhias do tipo no Brasil, o potencial operacional acaba não sendo totalmente utilizado. “Somos super competentes e trabalhamos no mais alto nível de sofisticação. No entanto não temos uma visão internacional”, declara Gustavo Junqueira, presidente do InvestSP. Para ele, a chave é escalar negócios a nível global. 



Os negócios vencedores são: a produtora Amplifica; Claraluz, Elo e O2, dos setores de audiovisual e distribuição cinematográfica; e o grupo musical Barbatuques. Além disso, a Dançar Marketing e a Lemme Content marcam presença como representantes de agência de marketing cultural e comunicação de marca, respectivamente, enquanto a Rito veste a camisa de empresa de experiências imersivas. Já a Phonogram.me contempla a seleção como parte do segmento de NFTs musicais, e o Estúdio Bijari reúne arte, design e tecnologia.

Após a processo seletivo, empresas foram recrutadas para um treinamento online pré-SXSW (Crédito: Divulgação)

As vencedoras se reunirão no dia 15 de março, no SPDay, encontro que acontece no The LINE Hotel.

O presidente aponta que o movimento é bom para fomentar investimentos no segmento do estado. “São Paulo precisa estar sempre conectado internacionalmente, porque seus grandes concorrentes não são os outros estados do Brasil — são os ecossistemas que se montaram e criaram mundos como a Califórnia, União Europeia, e o próprio Texas, que surge como uma alternativa interessante”, exemplifica ele. 

Ainda, a participação do governo neste sentido é significativa, conforme comenta Junqueira. Com a pandemia, famílias perderam dinheiro, por isso o poder público entende que esta é uma maneira de apoiar o setor cultural, principalmente o de entretenimento, além de oferecer suporte para que as ferramentas de eventos sejam utilizadas, por exemplo. Um dos planos dentro da estratégia do governador João Dória, segundo Gustavo, é mostrar que São Paulo é uma “nação dentro da nação”.

Na rota da inovação
A volta ao evento presencial após dois anos de hiato é significativa para o programa. Em um mundo competitivo, estar próximo dos principais acontecimentos do mundo é essencial. “Ao não estar exposto a outras sociedades, temos menos incentivo e provocação para inovar, e isso acaba atrasando e retardando o desenvolvimento econômico, social e cultural”, declara Gustavo. 

Um dos diferenciais do SXSW é a diversidade, seja de pessoas — que desembarcam em Austin vindas de diferentes partes do mundo — ou de painéis e assuntos debatidos. O InvestSP entende que estar em um evento como esse, sobretudo fisicamente, é uma oportunidade única de expor negócios, uma vez que o Brasil, tradicionalmente, não é o país mais procurado em comparação a outros mais desenvolvidos. 

A presença das empresas paulistas no Texas faz parte do desafio da agência em projetar a economia criativa de São Paulo para as próximas décadas. “Ver o futuro não é ter uma bola de cristal. É realmente fazer um exercício de quais são as ações e inovações que deveriam acontecer para que determinada sociedade se altere”, comenta Junqueira. “De maneira geral, São Paulo, mais do que qualquer outro e mais do que muitas regiões e países da América Latina, é um estado que tem fundamentalmente na economia, a inovação — seja no setor financeiro, economia criativa ou na quantidade de startups que nascem aqui”, acrescenta.

A mesma dinâmica de seleção de empresas realizada para o South by Southwest deverá ser repetida ao longo do ano. Depois dos Estados Unidos, o Creative SP embarca para Cannes, na França, para o Festival de Cannes, em maio. No mês seguinte, outra rodada de negócios terá a chance de participar da London Tech Week. Até o momento, a iniciativa planeja marcar presença em mais pelo menos oito festivais pelo mundo.

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