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ESG no radar da inovação

Erlana Castro, Sabina Deweik e Tipiti Barros levam ao SXSW o Radar Antifragilidade, uma ferramenta que diagnostica o nível de comprometimento de empresas e pessoas sobre o ESG

Amanda Schnaider
10 de março de 2022 - 6h02

O Radar da Antifragilidade, uma ferramenta que faz diagnósticos do nível de entendimento e inovação das empresas e pessoas sobre aspectos do ESG, desenvolvido por três executivas brasileiras, especialistas em inovação e tendências, Erlana Castro, Sabina Deweik e Tipiti Barros, será apresentado ao mercado mundial em um workshop no sábado, 12, no South by Southwest, em Austin, Texas. As três executivas fazem parte do grupo de brasileiros presente na programação oficial do festival, que tem início na próxima sexta-feira, 11. “O Radar é uma metodologia que contém uma ferramenta de inovação para ESG”, explica Tipiti, idealizadora do FikaConversas.

Tipiti Barros, Erlana Castro e Sabina Deweik desenvolveram a ferramenta (Crédito: Divulgação)

A criação da ferramenta partiu do conceito de antifragilidade, criado em 2012 pelo matemático libanês-americano, Nassim Taleb, que significa aquilo que se beneficia depois de sofrer rupturas e outros fatores estressores. “Na antifragilidade você não resiste ao contexto, você usa o contexto ao seu valor. É como uma mola propulsora para transformarmos e evoluirmos. E a partir disso, nós ficamos muito curiosas em entender quais eram as marcas, as empresas e os líderes que estavam prosperando no contexto volátil do mundo atual”, afirma Sabina, futurista, cool hunter e coach ontológica na Think Forward.

Ao estudar marcas, negócios e líderes que usaram a disrupção como uma oportunidade para crescer e evoluir, as executivas descobriram oito dimensões criativas da antifragilidade, que compõe o Radar da Antifragilidade. As oito dimensões são: propósito alinhado com ações, posicionamento ideológico claro, regeneração social e ambiental, mentalidade digital, interdependência e colaboração, novas conexões criativas, diversidade como potência, e prontidão para disrupção. As dimensões mais temidas pelas empresas são mentalidade digital, interdependência e colaboração, e diversidade como potência, segundo Sabina. Porém, Tipiti reforça que o interessante do Radar é que ele olha o todo. “A ferramenta dá um olhar macro sobre a empresa”, complementa.

Funcionamento

Por meio do software Mentimeter, cada uma das oito dimensões recebe uma escala, de um a cinco, compondo uma nova perspectiva sobre o negócio, pessoa, empresa ou marca analisada. A escala vai de um (negacionista) a cinco (ativista), passando dois (curioso), três (consciente) e quatro (engajado). “Dizemos que para ser antifrágil é preciso estar de três para frente nas oito dimensões. Quando você chega no três dizemos que você está na ‘vacina antifrágil’, porque pelo menos aquela discussão não vai te pegar de surpresa”, revela Erlana, professora convidada na Escola de Negócios Fundação Dom Cabral. A resposta da plataforma vem em tempo real, o que facilita a criação de respostas para aplicações criativas e estratégicas de uso imediato. “O diagnóstico dá a margem para a ação. Ele é o potencial de ação dentro de uma empresa ou para uma pessoa”, enfatiza Sabina.

Desenvolvida inicialmente para um workshop de executivos de inovação, na Fundação Dom Cabral, do fim do ano passado para cá, a ferramenta já analisou empresas, como Raia Drogasil, Danone, Natura e Inovabra. Em outro experimento, o Brasil foi analisado nas oito dimensões antifrágeis, demonstrando o quanto o País está exposto a fragilidades e reforçando a importância do governo e das empresas agirem agora.

O Brasil foi analisado nas oito dimensões antifrágeis da ferramenta (Crédito: Divulgação)

Durante o workshop no SXSW, os participantes irão experimentar a ferramenta e se juntar em grupos com potências em comum. “Vamos fazer um Tinder da inovação juntando as pessoas e dando a possibilidade das pessoas testarem já no momento, terem o resultado e já partirem para a ação no SXSW”, ressalta Sabina. “É importante colocar o ESG no mapa do SXSW, porque ali é o centro da disrupção criativa mundial. Precisamos ver pelo todo, não só pelas partes”, completa Erlana.

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