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As principais previsões de Scott Galloway para 2022

Como um dos featured speakers do evento, professor e pesquisador da New York University revelou tendências relacionadas ao metaverso de Zuckerberg, viagens espaciais e a ascensão da Amazon como heath care

Giovana Oréfice
12 de março de 2022 - 8h00

Scott Galloway subiu ao palco do auditório do Austin Convention Center no primeiro dia do SXSW (Crédito: Giovana Oréfice)

Em um mundo em constante mudança, prever os próximos passos nos mais diversos setores é um desafio para muitos. Mas, para Scott Galloway, professor da New York University (NYU), esta parece ser uma tarefa simples. Antenado nas principais tendências do que diz respeito à ascensão de big techs, tecnologia disruptiva, guerra dos streamings, entre outras, ele apresentou à audiência do South by Southwest suas principais apostas para o ano de 2022.

Um dos destaques foi a descaracterização do que conhecemos hoje, graças à visibilidade da Meta, como metaverso. Mais audível e menos visual, o pesquisador aposta que a Apple será a grande vencedora da corrida rumo a uma realidade alternativa. Isso por que a big tech conta com wearables simples e acessíveis, como AirPods e iPhones — os quais classifica como “portais do metaverso”. Outro facilitador é a adesão em massa atual de tais aparelhos.

“Eu acredito que o metaverso vai ser menos parecido como o Matrix, e mais parecido com o filme Her. Eu acredito que ele estará nas suas orelhas, e a razão pela qual eu acredito nisso é por uma experiência pessoal. Se uma pessoa chega até mim e começa a conversar comigo como se fossemos amigos, eu penso ‘Eu não lembro dessa pessoa’ — é porque elas escutam o meu podcast. […] Existe algo sobre o áudio e sobre ter um aparelho dentro dos seus ouvidos que cria um nível de intimidade, engajamento e talvez até vício, que irá direcionar o metaverso mais do que os elementos visuais”, declara.

Entre outras gigantes da tecnologia, o Twitter e o Pinterest estão na mira das projeções para possíveis aquisições, uma vez que contam com bons níveis de avaliação de mercado, com alto alcance e influência, além de contarem com conselhos não escalonados. “Big techs estão reconhecendo o poder dos super apps e estão recrutando empresas do tipo. O Google contratou 300 pessoas do Alibaba só nos últimos cinco anos”, exemplifica. Entre potenciais compradores, estão PayPal, Salesforce, Stripe e Block.

O áudio também entrou na discussão quando Galloway mencionou a Alexa, assistente virtual da Amazon, ao relacioná-la com a escalada da companhia para, no futuro, se tornar uma health care — a meta é que, até 2025, seja a mais valiosa do planeta. “É uma questão de meses até você entrar em casa e a Alexa perguntar: você gostaria de cortar o custo do seu plano de saúde pela metade?”, sugeriu ele. “E, então, você responde: ‘Sim, Alexa, me conte mais sobre o plano de saúde da Amazon Prime”, completa.

O professor salientou o uso de dispositivos da empresa para questões relacionadas a diversos âmbitos da vida, indo desde a saúde com farmácias até alimentação, salientada pela aquisição do Whole Foods.

E saindo da órbita digital para a espacial, uma das projeções foi referente ao fiasco do turismo espacial, muito difundido por companhias como a Virgin Atlantic. A questão financeira é uma das barreiras que o segmento deverá enfrentar: segundo ele, para que a ideia seja lucrativa, seria preciso vender pouco mais de três mil passagens a US$ 400 cada. Ademais, há também os riscos de mortalidade, orientados sobretudo pela falta de treinamento de uma tripulação não qualificada para viagens do tipo e as condições do próprio espaço.

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