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Criticado no SXSW, Zuckerberg não se posiciona no evento

CEO da Meta falou sobre rebrand, visões para o metaverso e empreendedorismo

Thaís Monteiro
15 de março de 2022 - 21h12

Incluído de última hora na programação do South by Southwest, Mark Zuckerberg apareceu (virtualmente) no principal palco do evento, entrevistado por Daymond John, fundador e CEO do Fubu Apesar de ter sua empresa criticada por Scott Galloway, professor da New York University (NYU), e plataformas por Tristan Harris, fundador do Centre for Humane Technology, e Frances Haugen, whistleblower da Meta, o co-fundador e CEO da companhia não fez menção às acusações. Ao contrário, as questões de John e do público direcionaram a entrevista ao futuro e ao metaverso.

(Crédito: Thaís Monteiro)

Para Mark Zuckerberg, o metaverso é o Santo Graal da internet que somente agora começa a ser desenvolvido conforme a tecnologia avança para atender a velocidade, qualidade, interruptibilidade e portabilidade de aparelhos. O que não significa que ele chega em breve aos óculos de realidade virtual mais próximos. O conceito depende fortemente das empresas de Telecom e avanços das redes móveis, que só devem ser capaz de atuar em favor do metaverso no final desta década, prevê Zuckerberg.

Ele segue a trajetória natural do compartilhar experiências, que  passou da linguagem oral para a troca de textos, depois para as fotos e que agora está predominante no formato de vídeo. “O próximo passo é imergir no metaverso e estar lá com a pessoa. Esse sentimento de conexão vai trazer uma série de outras sensações e experiências”, explicou. Outro argumento do CEO é que essa nova camada tornará mais natural as interações, se comparada ao conteúdo 2D das telas de computadores e de videochamadas, em que os gestos são limitados e o contato visual não é fidedigno.

A discussão sobre o metaverso pode estar acalorada agora, mas a previsão de Zuckerberg é de que o produto vai começar a ser melhor aplicado em sete anos, mas ainda há muitos desafios pela frente, como tornar os aparelhos acessíveis e mais fáceis e socialmente aceitos de usar na rua ou no dia a dia. Além disso, bilhões de dólares deverão ser investidos em infraestrutura.

O investimento acontece em diferentes frentes e por diversas big techs. Além da Meta, Microsoft, Apple, demais empresas estão na corrida pelo metaverso. Mas Zuckerberg reconhece que a empresa dele não é a precursora. “Assim como você não diria que o Facebook estaria construindo a internet, o Meta não está construindo o metaverso”, colocou.

Além de ser fato que diversas big techs estejam engajadas na corrida pelo metaverso, esse modelo de concorrência é essencial para tornar a realidade ininterrupta. E realidade ininterrupta mantém os usuários nas plataformas e facilita a comercialização de produtos que podem ser levados de um metaverso ao outro. “Se você comprar uma roupa no metaverso e não puder transportar para outro ambiente, é menos provável que compre”, disse. Tal obstáculo também pode prejudicar a economia de criadores nas plataformas.

A Meta propõe uma cocriação aberta, com códigos compartilhados para criar uma experiência mais horizontal. Mas sua contribuição será trazer o aspecto social à inovação, pois essa tem sido a especialidade da empresa no desenvolvimento de redes sociais. 

Negócios no universo

Para o executivo, o metaverso representa uma grande oportunidade para a creator economy, pois eles poderão criar experiências inusitadas. Nas experiências que a Meta já fez com as iniciativas Quest, Horizon e Oculus, Zuckerberg disse que já viu usuários criarem clubes de comédia, museus e comercializarem obras de arte. 

Adicionalmente a isso, o CEO anunciou que a Meta tem planos de trazer NFTs para o metaverso e para o Instagram, esse último projeto será lançado nos próximos meses.

O metaverso também é explorado como espaço de trabalho e a opinião do entrevistado é de que a ferramenta é boa para acessibilidade, ou seja, dar a possibilidade de pessoas de diversos locais trabalharem juntas virtualmente, e para reter talento. “Isso não quer dizer que não vão mais existir trabalhos presenciais. É claro que há coisas que são melhores de fazer presencialmente. É importante não ser dogmático sobre isso, mas eu acho que o mundo vai estar mais descentralizado”, pontuou.

Por fim, ao ser questionado sobre sua prática de liderança, Mark Zuckerber disse acreditar que o futuro pertence a quem acredita nos seus projetos mais do que outros. “O papel do líder é continuar a fomentar o movimento para frente com toda a energia. Tem que engajar as pessoas dentro da empresa. Algo que aprendi muito é que só acreditar é uma das coisas mais poderosas de ser um empreendedor. Ficamos meio cegos por nossa convicção, mas fazemos os outros entenderem”, colocou.

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