Manzar Feres: “Estamos prontos para explorar as múltiplas oportunidades”
Para diretora de negócios integrados de publicidade da Globo, SXSW é investimento de negócios
Para diretora de negócios integrados de publicidade da Globo, SXSW é investimento de negócios
Thaís Monteiro
18 de março de 2022 - 8h00
A Globo faz uma grande movimentação para o South by Southwest. Antes dele, a empresa faz um evento de aquecimento denominado “Keep Globo Weird”, em que profissionais do grupo listam o que antecipam tendências e aspectos interessantes da programação. Durante ele, a empresa sedia um happy hour disputado pelos brasileiros presentes em Austin.
Qual é a importância comercial de estar no evento? Para Manzar Feres, diretora geral da área de negócios integrados em publicidade, que esteve em Austin para o festival, ele é um importante investimento de negócios, pois propicia a delegação da Globo acompanhar tendências, vivenciar inovações, participar das discussões e colocar em prática tudo isso posteriormente.
Já o objetivo pessoal de Manzar assistindo as palestras e participando de conversas é reciclar o repertório e recarregar a energia de inovação. “O SXSW é sinônimo de inspiração, seja nas apresentações oficiais, nas descobertas que fazemos a cada painel ou nos encontros menos formais durante o festival. É uma experiência enriquecedora e transformadora, tanto pessoal quanto profissionalmente”, descreve.
No evento deste ano, foram discutidas uma série de questões relacionadas à publicidade em veículos de mídia, importância de marcas se posicionarem e o cada vez mais fragmentado share de investimentos publicitários em mídia. Ao Meio & Mensagem, Manzar Feres opinou sobre esses assuntos.
Meio & Mensagem – O SXSW é um evento que fala de inovações e algumas das inovações tecnológicas discutidas no evento já aparecem no mercado de mídia, como criação de NFTs, voice assistants, uso de inteligência artificial e outros. Como a Globo olha para essas inovações e o que podemos esperar de investimentos da empresa nas soluções abordadas no SXSW (metaverso, IA, NFTs, etc)?
Manzar Feres – Como uma mediatech, temos acompanhado bem de perto essas inovações, discutido de que forma podem melhorar ainda mais nossa relação com público e mercado. E estamos trabalhando no desenvolvimento de produtos e serviços que façam a diferença na vida das pessoas. Há um universo a ser explorado, com múltiplas possibilidades, e estamos prontos para explorá-las.
M&M – As marcas estão mais engajadas em causas sociais e se posicionando sobre assuntos mais sérios. Um exemplo disso é a carta aberta que diversas empresas assinaram contra a decisão do governador do Texas de investigar pais que apoiam a transição das suas crianças transgêneras. Como o time comercial da Globo trabalha quando o anunciante tem essa demanda?
Manzar – Buscamos entender de que forma abordaremos esses temas em nosso conteúdo ou mesmo na criação de produtos publicitários, e como podemos apoiar os anunciantes como ponte com seus consumidores. Somos uma empresa que, historicamente, acompanha muito de perto os movimentos e demandas das pessoas. Nossas histórias fomentam discussões, na “vida real” e nas redes sociais, sobre assuntos relacionados à evolução da sociedade. E sabemos que quando nossos parceiros comerciais atrelam suas mensagens ao nosso conteúdo, inevitavelmente, embarcam com a Globo nessas conversas, que extrapolam as telas e chegam, também, ao relacionamento com os consumidores em diferentes plataformas.
M&M – No painel do Check My Ads, os painelistas alertaram para o fato de muitos anunciantes ainda evitarem ser associados a temas mais acalorados abordados pelo jornal, o que prejudica o financiamento do bom jornalismo. Como a Globo lida com essa questão nos seus produtos jornalísticos? Quais são os argumentos para evitar isso?
Manzar – Em primeiro lugar, é importante reforçar a independência e a imparcialidade do jornalismo da Globo. Um valor reconhecido por nosso público e também pelo mercado. E nossos parceiros comerciais também enxergam essa relevância e qualidade ao montar suas estratégias de mídia. Com relação ao digital, vale destacar, ainda, que oferecemos um ambiente brand safety e com soluções de brand suitability, com a possibilidade da escolha de termos e assuntos que barram a exibição de campanhas. Ou seja, por meio de inteligência artificial, conseguimos garantir que as mensagens das marcas não serão exibidas em matérias que não tenham aderência com a estratégia de negócios e comunicação dos anunciantes.
M&M – Em um painel sobre creator economy, o co-editor-chefe da Variety, Setoodeh, afirmou não acreditar que as marcas estão movendo seus investimentos de anunciantes de jornalismo para os criadores de conteúdo. Qual é o seu parecer sobre o assunto?
Manzar – Concordo com a afirmação. Estamos falando de espaços bastante diferentes, com propostas de consumo diversas. Não é mais uma questão de escolher entre mídia tradicional e nova mídia (termos, inclusive, que já nem fazem sentido), mas sim de entender o propósito de cada comunicação para encontrar o consumidor certo no melhor lugar. Um mesmo anunciante pode aproveitar o que há de melhor nos dois universos, adaptando a mensagem para impactar de forma certeira os consumidores, respeitando os hábitos de consumo de cada um dos espaços.
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