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Mulheres protagonistas protagonizam o SXSW

São diversas histórias de mulheres inconformadas, que ao invés de se colocarem numa posição neutra, entenderam a oportunidade e a necessidade de provocarem mudanças


13 de março de 2018 - 14h12

Participar do SXSW tem sido uma das experiências mais incríveis que já pude vivenciar. Os dias são intensos, as trocas são inúmeras, a cabeça borbulha pensando nas possibilidades que estão diante de nós.

Penso que o maior desafio deste imenso público que vem ao Festival, seja a capacidade de conseguir transformar tanta informação em insights e principalmente em ação. Das milhares de pessoas que passam por aqui, quantas de fato serão protagonistas em seus países, suas empresas e principalmente em suas vidas? Quais mudanças serão de fato inspiradas e criadas a partir do Festival?

É sobre isso que quero falar – PROTAGONISMO, principalmente vindo de mulheres inspiradoras e que estão liderando mudanças e transformações no contexto no qual estão inseridas. São diversas histórias de mulheres inconformadas, que ao invés de se colocarem numa posição neutra, entenderam a oportunidade e a necessidade de provocarem mudanças.

Este SXSW tem sido muito sobre isso – protagonismo, responsabilidade, inclusão, humanização, sobre se abrir e conectar diferentes pontos de vistas. Tem sido sobre “sair da bolha”.

Por isso compartilho aqui alguns insights vindos de mulheres incríveis que passaram pelo SXSW. Certamente, cada uma delas tem feito contribuições extremamente relevantes em busca de uma maior equalização social, racial e econômica.

Para mim, Bozoma Saint John, Chief Brand Officer da Uber, protagonizou um dos keynotes mais inspiradores do SXSW 2018. Possivelmente para muitos ela não tenha trazido nada de tão novo, mas para mim a atitude, o protagonismo e a liderança dela me inspiraram profundamente. Bozoma acredita que vivemos um momento onde temos o poder de mudar toda e qualquer indústria e que cada um de nós pode e deve ser agente de mudança.

(Crédito: divulgação)

Ser agente de mudança, também passa por conseguirmos falar abertamente sobre os problemas, de forma transparente e construtiva. A oportunidade de colocar nas rodas de discussão todos os agentes envolvidos, é o primeiro passo para mudanças efetivas. Não existe mais espaço para polarizações. O que precisamos sim, é abraçar as divergências e diferenças e a partir delas construir o futuro que desejamos. E este futuro precisa ser inclusivo.

E é sobre isso que discorre a Dr. Patti Fletcher através do livro “Disrupters: Success Strategies from women break de mold” e uma das participantes do SXSW 2018. Ela diz quando existe consciência sobre o que se acredita, nada impedirá você de fazer sua parte e criar um novo mundo em que todos gostariam de viver.

Quando falamos sobre igualdade de gênero e raça, assuntos estes, amplamente abordados por diferentes mulheres no SXSW, como Dr. Patti Fletcher, Melinda Gates, Bozoma Saint John, Esther Perez, Karlie Kloss, entre outras tantas, partimos do pressuposto que igualdade “assume que todos têm a mesma experiência, jornada e oportunidades”. Sabemos que isso não é uma verdade, certo? Portanto mais do que falar em igualdade, precisamos falar de equidade, que trata de avaliar com imparcialidade e justiça todas as diferenças existentes.

Dentro das empresas a discussão sobre equidade de gêneros e inclusão tornam-se cada vez mais relevantes. Entretanto, a questão que fica, é o quanto os líderes das organizações estão de fato olhando para este assunto e dando espaço para discussões abertas e transparentes? Ainda segundo Dr. Patti Fletcher, inclusão depende muito da mentalidade dos decisores do negócio. É uma questão de Cultura e principalmente de mudança de mindset. Inclusão e equidade não deveriam ser vistos apenas como uma obrigação da empresa e sim, como algo que traz grandes benefícios – diferentes visões, percepções, experiências e lugares de fala verdadeiros, permitem que as empresas sejam mais criativas na resolução dos seus maiores desafios.

Como os líderes das organizações podem garantir uma maior equidade dentro das empresas que lideram?

Um dado interessante trazido pela própria Dr. Patti, relata que as mulheres negras, hispânicas e asiáticas são sub representadas em cargos de liderança, detendo menos de 3% dos cargos de Diretoria das empresas listadas pela Fortune 500 e menos de 2% nas posições de liderança corporativa.

Falando sobre protagonismo, Melinda Gates, mesmo fazendo parte de um mercado extremamente masculino entendeu que ela poderia contribuir para tornar o mundo dos negócios e da tecnologia mais inclusivos. Gates acredita que as mulheres e as minorias de forma geral, podem e devem ter papeis maiores e mais relevantes. Segundo ela, “The status quo … is holding all of us back…We absolutely know there are more women in the workforce. But whether the workplace has changed for women? I will say marginally.” Existem uma série de dados que mostram que, apesar de sermos em torno de 50% da população, somos sub-representadas e ganhamos menos em diversos mercados.

Outro exemplo, é o caso da modelo Karlie Kloss, que participou do painel “Create the world the you want to live”. Kloss é considerada uma das modelos mais bem pagas do mundo, mas não só isso. Entusiasta e curiosa, se interessou por programação e criou o “Code with Klossy”- organização que ensina e empodera meninas a desenvolverem habilidades de programação.

Ao longo destes dias de SXSW foram inúmeros os exemplos de mulheres inspiradoras, empoderadas, e principalmente protagonistas das suas vidas e das suas crenças, que falaram para milhares de pessoas sobre tudo aquilo que elas acreditam. Todas elas usam suas vozes e influência para mudarem o contexto em que vivem, mas também para construírem o mundo em que sonham viver. Cada uma destas mulheres, com toda generosidade compartilharam aquilo que fazem para tornar o mundo um lugar mais justo, igualitário e leve.

Penso que uma das principais mensagens deste SXSW, é que cada indivíduo é responsável por criar hoje, o futuro que deseja viver amanhã. A mudança que queremos ver, começa em mim, em você, em nós.

O que você está fazendo neste exato momento?

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