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O SXSW e o valor da tecnologia para as pessoas

Assisti a palestra de Mayor Sadiq Khan, o prefeito de Londres, em meu quarto dia de passagem pelo SXSW


19 de março de 2018 - 10h01

Assisti a palestra de Mayor Sadiq Khan, o prefeito de Londres, em meu quarto dia de passagem pelo SXSW. Sua visão progressista, de que o avanço da tecnologia deve ser usada em favor de toda a sociedade, mostrou estar em sintonia com diversas questões apresentadas em outros debates e palestras do evento.

Em resumo, a autoridade maior da capital britânica defendeu que “a quarta revolução industrial, a tecnológica, é fantástica. Mas ela deve existir para o bem de todos e precisa nos ajudar no desafio de criar sociedades mais integradas e inclusivas, além de soluções públicas mais eficientes”.

Khan, que é Muçulmano, deu o próprio exemplo para personificar a questão: seus perfis nas redes sociais são frequentemente alvos de mensagens e comentários xenófobos. Coube até uma “cutucada” nas grandes plataformas, como Facebook e Twitter, para que sejam mais ágeis na remoção desses tipos de conteúdo.

Diversidade e inclusão de uma forma geral têm sido um tema recorrente na programação do SXSW — a contar pelos painéis dos quais já participei, três em cada quatro tratavam a questão, mesmo quando indiretamente. O que mostra que os rumos do pensamento inovador de empresas e governos têm se aproximado de questões como essas.

Assim como a tecnologia, a criação de marcas, produtos e serviços que deem visibilidade e demonstrem preocupação autêntica com essas causas foi reconhecida em debates dedicados ao tema, como o Resistance & Disruption Through Diversity & Data. Na ocasião, personalidades como Blake Gifford, Nicolette Mason e Hilary Sloan reforçaram os benefícios para marcas que abordam a questão da diversidade.

Mas os questionamentos ainda existem: no último domingo, visitei também a Fun House, casa de inovações do Google. A experiência era voltada ao contato com as novas tecnologias de comando de voz da companhia. Bastava uma ordem iniciada por “ok, Google” para que um liquidificador batesse uma marguerita, um robô pegasse meias em uma gaveta, as cortinas de um quarto se fechassem e o rádio selecionasse uma música que fosse calma o suficiente pra embalar uma manhã de ressaca.

É claro que eu e minhas colegas saímos de lá impressionados, mas é preciso lembrar que todas essas funcionalidades só são possíveis tendo equipamentos que sejam compatíveis e integrados com a tecnologia Google. Em outras palavras, seria preciso comprar todos os itens e reformular a casa, uma opção restrita a quem possa pagar.

Isso abre espaço para refletirmos aonde queremos chegar e como queremos impactar a sociedade com o nosso desenvolvimento — um dilema que também está sendo bastante discutido no SXSW em conversas sobre o alcance da A.I. Problemas a serem resolvidos não faltam, e eles normalmente são corriqueiros e fáceis de identificar, como a necessidade de criar estados mais democráticos e inclusivos, cidades menos caóticas e relações mais transparentes e eficientes entre empresas e consumidores. Sobre este último tópico, vale ressaltar que, no Brasil, há startups empenhadas em melhorar essas relações por meio de plataformas que integrem os diversos canais de contato disponíveis, além de fornecer para a empresa um histórico de conversa com o seu cliente. Dessa forma será possível a realização de ações personalizadas e mais adequadas à realidade do consumidor. Uma dessas plataformas é o Scup Care.

Para inspirar, recentemente eu assisti a esse TED da Danielle Wood, líder do grupo de pesquisa Space Enabled no MIT Media Lab e ex-estagiária do Kennedy Space Center da NASA, que mostra o quanto a tecnologia pode ser surpreendentemente positiva quando o assunto é resolver os problemas mais cruéis dos humanos.

Quem sabe uma boa reflexão não seja o melhor caminho a seguirmos com os nossos próximos passos — e, nesse aspecto, o SXSW está dando um show!

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