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Além do Interactive

Mostras de música e cinema também reúnem milhares e prometem atrair grande atenção no SXSW

Igor Ribeiro
9 de março de 2017 - 19h35

Não só de robótica, astronomia, aplicativos e marketing digital é feito o South by Southwest. As áreas de Music e Film do também são impressionantes e, na verdade, remontam à origem do festival, que nasceu em 1987 como um evento vinculado ao jornal Austin Chronicle para impulsionar a cena musical alternativa. Anos mais tarde agregou a área de cinema, com premières internacionais de filmes independentes ou de baixo orçamento e só em 1994 agregou uma área então chamada Multimedia (vinculada a Film), que virou a se tornar o Interactive – hoje, o maior segmento do SXSW.

Entrada principal do Austin Convention Center preparada para o SXSW 2017 (Crédito: Igor Ribeiro)

Entrada principal do Austin Convention Center preparada para o SXSW 2017 (Crédito: Igor Ribeiro)

As conferências de música e cinema continuam grandes e crescentes e muita gente vai para Austin por causa desses conteúdos ou com forte interesse neles, enquanto fonte de inspiração e hub de networking (ou só curtição mesmo). Lalai Persson, editora do Chicken or Pasta e co-fundadora da Vol, agência especializada em live marketing, é uma das dezenas de milhares de pessoas que vai ao festival também de olho em música. “Fui em 2011 e 2012, quando a Tracy (Mann) procurava atrair mais brasileiros. Para ajudar nessa missão, criei um evento de relacionamento em São Paulo com gente dos mercados de cinema, música e publicidade”, conta Lalai, citando à relações públicas e brasilianista que se tornou a embaixadora do SXSW no Brasil.

Hoje, Lalai retorna atenta a referências para projetos de música na área de ativação, uma das marcas do festival. Além do Music, ela procura por grandes temas transversais, principalmente em keynotes. “Quero ver conteúdo sobre gamefication, séries e painéis com fundadores de plataformas como o Tinder, por exemplo”, conta Lalai.

Renato Bliacheriene também retorna a Austin com interesse em música, já que lançou há pouco tempo o aplicativo Easy Live Music, ou ELM, espécie de hub de música ao vivo. “O SX pode trazer muita coisa boa: networking, insights, parcerias, inspirações”, conta o empreendedor, que diz ter se apaixonado pelo evento.

Em sua segunda passagem pelo SXSW, Joyce Fernandes Miklos volta este ano mais concentrada na mostra de filmes. “Quero voltar à publicidade e é fundamental ter essa visão do cinema, que é onde o mercado vai buscar inspiração, narrativas e novos talentos, diretores, fotógrafos, editores…”, conta a profissional que já foi assistente de direção de produtoras como Conspiração e Frida Filmes. Destaca, entre outras coisas, a evolução do VR na programação: “tecnicamente, nós brasileiros não estamos muito longe não, temos muitas startups e investimentos interesses em tecnologia”. Ressalta, porém, que tanto realidade virtual como outros formatos ainda precisam de uma amadurecimento em termos de narrativa. “Conteúdo é um problema conceitual. Criou-se um meio, mas o que vai ser colocado nesse meio, no entretenimento? Em videogame, já vi que faz muito sentido, pois o jogador não é só espectador, ele é ativo naquele ambiente”, diz. “No cinema, na TV, na publicidade costumamos ser passivos, então como aquele conteúdo vai fazer com que eu seja uma parte daquilo de forma relevante?”

É difícil prever de onde virá a grande revelação que fará o SXSW voltar à posição de grande trend setter. O seu potencial vem, justamente, da vasta programação, com dezenas de painéis, showcases e screenings ocorrendo ao mesmo tempo

 

Para Rodrigo Terra, presidente da Era Transmídia e pesquisador de realidade virtual, o formato já está estabelecido. “No ano passado acompanhamos um movimento global de lançamento, proposição e temáticas de VR e realidade aumentada. Agora, é a hora de conferir as produções intensas do período”, relata. “Acredito que neste ano, vendo um preview da programação, deveremos ter surpresas bombásticas, quem sabe novo Twitter ou Fourswuare como ocorreu no Interactive”, diz Rodrigo, lembrando a repercussão que essas plataformas conquistaram após serem divulgadas para as massas no South by Southwest.

Cena de Song To Song, de Terrence Malick, com Ryan Gosling e Rooney Mara, uma das estreias internacionais mais aguardadas no festival este ano (Crédito: Divulgação)

Cena de Song To Song, de Terrence Malick, com Ryan Gosling e Rooney Mara, uma das estreias internacionais mais aguardadas no festival este ano (Crédito: Divulgação)

É difícil prever de onde virá a grande revelação que fará o SXSW voltar à posição de grande trend setter. O seu potencial vem, justamente, da vasta programação, com dezenas de painéis, showcases e screenings ocorrendo ao mesmo tempo. “É surreal, são tipo 60 coisas acontecendo ao mesmo tempo”, relata Joyce. “Uma coisa bacana é quem vai em galera, pois cada um vai em um painel e, ao fim do dia, fazem um catch up com o melhor do dia”, sugere. Não faltam temas e palestras para dividir entre os amigos.

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