Você sabe como o IBM Watson realmente funciona?
Será que sua empresa é grande o suficiente para usar o Watson? Você ou as pessoas que trabalham com você têm PhD para criar aplicações usando AI?
Será que sua empresa é grande o suficiente para usar o Watson? Você ou as pessoas que trabalham com você têm PhD para criar aplicações usando AI?
12 de março de 2017 - 18h25
Se você está lendo para entender exatamente como o Watson funciona, provavelmente irá ter o mesmo sentimento que a enorme plateia teve logo no início da palestra do Rob High, CTO do IBM Watson.
Ele abriu já dizendo que, apesar do título da foto acima, ele iria focar mais no o que o Watson efetivamente é do que o que ele faz. Pelo visto o nome era só para chamar mais atenção. E deu certo.
O VP da IBM impressiona – mais do que pelo trabalho que vem fazendo junto com seu time de engenheiros para o Watson ou até por sua semelhança com o Dr. Brown do De Volta para o Futuro – mas por sua desenvoltura no palco e habilidade de passar a mensagem de forma consistente.
Acho que ele, intencionalmente ou não, acaba trazendo para si muito do que aplica e aprende no desenvolvimento do Watson e dos serviços em Language, Speech, Vision e Empathy.
O sistema cognitivo aplicado no Watson vai além de palavras e linguística, explorando intonação, timbre, linguagem corporal, expressão facial, gestos e muito mais.
A questão não é pensar em AI como algo que tenta recriar a mente humana. É em ir além, estender o pensamento humano e usar a enorme capacidade de processamento dos computadores para ajudar a superar algumas limitações humanas, como a velocidade em receber e assimilar informações.
Portanto seria a Augmented Intelligence e não Artificial.
No começo a IBM pretendia criar produtos a partir do Watson, mas logo perceberam que “ele havia se tornado maior que eles mesmos”, como coloca.
Então resolveram mudar o foco e criaram um marketplace de serviços (software, plataforma e dados) para que outras pessoas possam usar o sistema, desenvolvendo em uma escala e velocidade que a empresa, sozinha, não conseguiria.
Um movimento interessante e que contribuiu muito para o sucesso do Watson.
Vale aqui uma reflexão, algo que é bastante discutido em Austin.
Open vs Closed. Collective Intelligence. People-Powered Intelligence.
Existe um grande potencial em fazer junto com os usuários e consumidores. Trabalhar em parceria aumenta muito o poder de inovar e principalmente da empresa escalar os novos produtos e serviços de maneira não antes imaginada.
Inclusive, dentre os vários mitos citados ao longo do discurso, como os que estão no subtítulo desse post, o último diz que o Watson quer dominar o mundo. Apesar de desmentir, disse que não só o Watson, mas todos os sistemas que cada vez mais fazem parte das nossas vidas, vão constantemente aumentar sua importância na vida das pessoas.
Siri, Alexa e Google Home são só um reflexo do que a sociedade tem se acostumado a fazer. E, com nossas limitações como seres humanos, precisamos de ajuda para minerar, analisar e interpretar o volume gigantesco de informação criado o tempo todo (o equivalente a 655 bilhões de livros escritos por dia).
Uma aplicação óbvia dos sistemas cognitivos, que está bastante popular e difundidos hoje em dia, inclusive no Brasil, são os chatbots.
Mas para o Sr High a maioria dos chatbots desenvolvidos hoje são bastante burros. As respostas são genéricas e não há evolução na conversa. Os bots em geral não nos afetam de forma profunda. São rasos e não conseguem reformular as interações à medida que a conversa desenrola, são portanto pouco inspiradores.
Não é só a conversa, mas entender as necessidades reais de quem está do outro lado, o contexto e motivos que levaram a pessoa a procurar aquela informação, produto ou serviço.
E citou o caso de financiamento de imóveis. Ninguém acorda querendo fazer um simplesmente porque seus amigos estão fazendo. Há razões e implicações por trás. Então a conversa não deve ser só sobre valores e taxas, mas envolver todo o contexto por trás da decisão.
Provavelmente todos que já tiveram experiência com chatbots sabem do que ele está falando. Inclusive quem baixou o APP do evento e trocou uma ideia com a Abby, the SXSW Bot.
E pra fechar, ele disse que acredita que há muito o que fazer para ir além das interfaces bidimensionais (como os celulares por exemplo) às quais nos acostumamos muito nos últimos anos.
E porquê? Um bom motivo é que pelas estimativas deles, ao final de 2018, aproximadamente 1 em cada 8 pessoas no mundo irá de alguma forma estar interagindo com o sistema cognitivo do Watson.
Se contarmos todos os sistemas de AI sendo desenvolvidos por ai, praticamente estaremos todos sendo impactados por machine learning no curto prazo. Se é que já não estamos.
Portanto é preciso tomar cuidado e ser consciente, uma discussão quente em Austin, mas não deixar de evoluir tão rápido quanto às necessidades das pessoas.
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