Os sinais do futuro no evento e na nossa história
A tecnologia e as novas linguagens, como os games, podem oferecer novas soluções para criar senso de presença e de comunidade escolar no ambiente digital
A tecnologia e as novas linguagens, como os games, podem oferecer novas soluções para criar senso de presença e de comunidade escolar no ambiente digital
17 de março de 2021 - 17h33
Na última semana, o Oi Futuro celebrou os 15 anos do seu principal programa de educação, o NAVE, com um painel no SXSW Edu, dentro do maior evento de inovação do mundo, sediado em Austin, nos Estados Unidos, e realizado pela primeira vez totalmente online. Para nós, esse momento marca um ciclo que começou com a ideia visionária de fundar um novo modelo de escola de ensino médio que utilizasse a tecnologia e a inovação para preparar as novas gerações para as economias do futuro.
Quando o digital ainda parecia algo distante das escolas e os videogames eram vistos apenas como uma brincadeira, nós acreditamos no potencial desses recursos para revolucionar a aprendizagem de jovens. No SXSW Edu, apresentamos com um educador e um aluno, o resultado dessa trajetória no painel “Tech & games to empower young creative changers”, mostrando a importância que os jogos ganharam na transformação da sala de aula e da vida dos alunos. Mais do que uma tendência, o uso de novas tecnologias na educação e a adoção de metodologias gamificadas para o ensino são estratégias reconhecidas e disseminadas hoje no mundo todo – sobretudo em tempos de pandemia.
Ao enxergar os sinais de mudanças e antecipar esses movimentos nos anos 2000, o programa pôde preparar suas duas escolas (criadas em parceria com os governos de Pernambuco e do Rio de Janeiro) para formar tecnicamente profissionais em alta nas indústrias digital e criativa de hoje: programadores, artistas visuais, game designers, especialistas em metodologias ágeis etc. E ainda mais do que isso, o NAVE pôde contribuir para a formação humana de cidadãos capazes de lidar com tensões e problemas que vivemos no nosso presente. A maior parte dos jogos desenvolvidos pelos alunos são os chamados “games for change” (ou jogos para mudar o mundo).
Na sua palestra no SXSW nesta terça-feira, 16 de março, a futurista Amy Webb falou bastante sobre a capacidade organizacional de antecipação e de interceptação de sinais de mudanças. Ela deixou claro que qualquer tipo de previsão especulativa do futuro é uma tentativa em vão, mas reforçou a importância de as organizações se fazerem perguntas críticas, montarem cenários de longo prazo e estabelecerem suas resoluções para o amanhã. Desde a criação do Oi Futuro, cerca de 20 anos atrás, é exatamente isso que buscamos fazer. O caso do NAVE é apenas um dos exemplos que está na nossa origem e traduz nosso nome (Oi, futuro!).
As tensões já históricas do ensino médio no País, como as altas taxas de evasão, o baixo engajamento dos jovens e os déficits de aprendizagem foram catalisadas em 2020 pelo isolamento social. A tecnologia e as novas linguagens, como os games, podem oferecer novas soluções para criar senso de presença e de comunidade escolar no ambiente digital. Neste momento, temos muitas perguntas, poucas respostas, mas a certeza de que é necessário continuar explorando e testando novos caminhos, junto com a comunidade escolar, para manter as escolas como locais de curiosidade, de criatividade, de prazer e de construção ativa de novas realidades.
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