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Descobri como a gente vai sair dessa

Pessoas. Tudo sonhado por pessoas. Criado por pessoas. Com o apoio da tecnologia, sim. Mas o nosso futuro está mesmo na minha mão e na sua


19 de março de 2021 - 13h51

(Crédito: Reprodução)

A gente vai sair dessa através de pessoas. Pessoas com uma vontade de fazer diferença, gerar impacto e salvar outras pessoas e o mundo. Não é a tecnologia que vai nos salvar. Mas as pessoas que estão liderando tecnologias voltadas ao bem.

Pete Buttigieg, Secretário do Departamento de Transportes dos Estados Unidos no Governo Biden, é uma dessas pessoas. O primeiro abertamente LBTQIA+ confirmado no gabinete americano foi o convidado para o Keynote do dia. Sua resposta para a pergunta feita,  justamente sobre esse fato, já mostra a que veio. Disse que gostaria muito que um dia isso não fosse um “big deal” e sim algo natural. Sua coragem e vontade de mudar o mundo não param por aí. Ao falar sobre transporte, foi direto ao tema “Climate Change” e como o transporte tem que ser parte da solução uma vez que é uma grande parte da causa. Com um raciocínio rápido, claro e surpreendente, disse que as decisões não devem ser feitas pensando nos carros, mas sim nas pessoas. Se elas utilizarem carros, tudo bem, mas a segurança para bicicletas e transeuntes deve ser tão importante quanto e formas alterativas de locomoção devem ser exploradas. Para o objetivo de um Mundo com Carbono Neutro em 2050 traz, como caminhos, os carros elétricos, o High Speed Rail e dados, sim, dados para criar estradas mais eficientes, velocidades ideais e novas regras. Sua meta é que tudo que se move deveria ter emissão igual a de uma bicicleta, embora assuma que aviões são o maior obstáculo dessa conta.

Melinda Gates é mais uma dessas pessoas. Alguém que poderia estar tomando drinques e curtindo a vida, lidera uma das maiores fundações do mundo, a Bill & Melinda Gates Foundation, que traz soluções para pessoas com necessidades urgentes, onde quer que estejam no mundo. Na conversa sobre seu último livro “The Moment of Lift: How Empowering Women Changes the World” ela traz o conceito de que equidade de gênero é a chave para salvar o mundo. As mulheres são o centro da sociedade, quando tem acesso a educação e informação, podem tomar decisões melhores e influenciar a todos em um caminho melhor. O bem estar da sociedade está diretamente ligado ao bem estar da mulher. Ao defender a educação das meninas em relação ao seu corpo e as possibilidades dos contraceptivos para que tenham o direito de planejar suas famílias, ataca falsos moralistas que falam contra mas fazem uso desses mesmos métodos para ter 1 ou 2 filhos apenas. Para Melinda “o ponto inicial para o aprimoramento humano é a empatia”. É preciso entender culturas para poder trazer mudança. Na Índia, por exemplo, a sogra é a maior influenciadora das jovens mulheres. É preciso educá-las para chegar em algum resultado. Terminou sua aula trazendo uma tremenda provocação “Hoje mandamos nossas filhas para ambientes de trabalho que foram criados para nossos pais”.

E se você tiver a impressão que falo apenas de poucas pessoas destacadas, super heróis, trago aqui outras pessoas como eu ou você, mas que acreditam em seu sonho de um mundo melhor. Em um pitch (o SXSW tem vários pitches acontecendo, funcionam como um Shark Tank) de startups de Saúde e Bem Estar conheci projetos incríveis. O Alphabeats é um projeto norueguês baseado em biofeedback, utilizando seu HRV (Heart Rate Valriability) e ondas cerebrais, para ajustar a qualidade de qualquer música que você gosta de ouvir. Isso estimula seu cérebro a entrar mais rápido em modo alfa trazendo uma cura para estresse e doenças mentais. A Leda Health apresentou seu projeto para ajudar sobreviventes de agressões sexuais. Através de sua tecnologia em forma de um kit enviado para a casa da pessoa, consegue obter resultados (com o apoio de um laboratório privado forense) em 72 horas. Para ter um comparativo, o sistema público americano tem mais de 200 mil casos na lista de espera para serem analisados.

Já o Nourished da Remedy Health é uma nutrição personalizada de acordo com suas informações e feita através de uma tecnologia patenteada de impressão 3D. A Sisu Globalheath, por sua vez, projeta dispositivos médicos feitos para ambientes de poucos recursos que permitem uma auto transfusão de sangue em pacientes de traumas, como acidentes, onde o sangue concentrado em uma parte do corpo, como estomago ou o peito, podem ser retirados e recolocados nas veias de onde pertencem. Eles já salvam milhares de vidas na África. E para fechar, um produto que mexeu com a cabeça do aficionado em  ficção cientifica que sou. Pillbot é uma pílula micro robô. Isso mesmo, feita para ser engolida e percorrer seu corpo até o estomago com um sistema de propulsão quad-pumpjet para nadar da mesma forma que os quadricópteros voam. Os usos são infinitos: ela possui uma câmera permitindo diagnósticos sem nenhuma experiência invasiva, pode ajudar a telemedicina ao mandar dados em real time para um médico do outro lado da tela em um chamada de Zoom, microcirurgias e o que mais a imaginação permitir.

Pessoas. Tudo sonhado por pessoas. Criado por pessoas. Com o apoio da tecnologia, sim. Mas o nosso futuro está mesmo na minha mão e na sua. Como disse hoje Pete Buttigieg “Não tome isso como culpa e sim como um orgulho. Porque o orgulho é propulsivo enquanto a culpa é paralisante”.

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