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A criatividade e o futuro no SXSW em um mundo pós-pandêmico em guerra

Percebe-se na programação do evento os reflexos inevitáveis — e até esperados — de toda essa avalanche de questões que eclodem à nossa volta


8 de março de 2022 - 11h08

Crédito: Shutterstock

Tenho pensado muito nos últimos dias em como será vivenciar um dos maiores eventos de criatividade do mundo justo em um período tão específico e difícil da história da humanidade.

Sabemos que a criatividade e a inovação são forças-motriz que sempre fizeram com que a gente conseguisse superar momentos como esse. Talvez caiba a gente aproveitar o SXSW 2022 como um imenso cataclisma. Não somente de nossas projeções e expectativas, mas também de nossos anseios e sentimentos mais sensíveis por conta de tudo que estamos vivendo. Ao menos a nossa geração, nunca teve que provar o poder da criatividade assim na prática, bem no meio de um intervalo de tempo de impacto tão grande em nossas vidas, com uma guerra e uma pandemia acontecendo simultaneamente.

Isso considerando que, até 2020, a gente já vinha vivenciando tempos abruptos em termos de transformações. A Revolução Digital e a proeminente Revolução 4.0, que vem se avizinhando em nossas existências, já dão conta de um turbilhão de impactos nos negócios e nas relações humanas — não necessariamente nessa ordem. Mas todo esse processo de transformação selvagem ganha novos contornos, ainda mais desafiadores e também dolorosos, com uma guerra acontecendo em meio a uma pandemia global que completa dois anos justo no momento em que acontece o SXSW 2022.

Neste sentido, percebe-se na programação do evento os reflexos inevitáveis — e até esperados — de toda essa avalanche de questões que eclodem à nossa volta.

O painel “How to Be Relentlessly Relevant in a Chaotic World” que o autor Mark Schaefer leva ao festival, promete responder ao desafio de manter-se relevante mesmo em um mundo abalado pelas mudanças recentes. Já Jon Burkhart, founder & CCO da TBC Global, leva ao festival uma visão de como a curiosidade pode ajudar as marcas no “país das maravilhas da incerteza”. Burkhart abordará questões sensíveis das marcas, recorrendo à personagem Alice para provar, entre outras coisas, que a incerteza é mais fácil de se converter em algo positivo se você adotar uma mentalidade constantemente curiosa. Katie Harbath traz um tema extremamente sensível do nosso tempo no painel “Futuro da Democracia: Como as Techs vão Moldar as Eleições”. Um painel com a presença do Professor da Escola de Engenharia do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Stanford, Mehran Sahami, vai tentar responder à pergunta “Você pode realmente mudar as Big Techs de dentro?”.

E, claro, teremos muito conteúdo sobre NFTs, metaverso e ESG por todo lado, além do impacto da pandemia em nossos hábitos de consumo e comportamento de modo geral.

Inegavelmente, será um evento único, que transpirará muito do estado de espírito do momento da história que estamos vivendo—ou sobrevivendo. Não sei com que mentalidade e sentimentos chegaremos ao festival e o quão transformados sairemos dele para continuar enfrentando tamanho cenário de incertezas. Assim como me pego imaginando como devem estar se sentindo os palestrantes e painelistas que se preparam para estarem em um palco neste momento. Com que energia devem conduzir seus conteúdos e discussões? Até que ponto tudo que vivemos é pano de fundo ou protagonista das reflexões sobre para onde caminham as indústrias da tecnologia, do digital e da cultura como um todo, especialmente do audiovisual e da música?

Vamos acompanhando juntos por aqui nesse espaço muito do que vai rolar de respostas a essas dúvidas e apreensões pré-festival. Chegaremos lá com o peito apertado mas com a mente ansiosa por ampliar horizontes e perspectivas. E com a certeza de que a criatividade é a principal arma que temos para avançar mais uma vez e superar este momento tão difícil da nossa história.

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