Publicidade

Think 2050, act 2022

Buscar inspiração de olho em agir no presente é o principal desafio da edição deste ano


10 de março de 2022 - 17h12

Crédito: Shutterstock

Enquanto 2022 se desenrola numa distopia digna de Black Mirror, o SXSW, evento que é frequentemente apontado como uma grande fonte de insumos para episódios da série, volta a Austin.

Desde 2019, ano da última edição física do festival, muita coisa aconteceu. As crises causadas pelo coronavírus foram somadas à crise de informação que já estava em curso, agravando ainda mais os problemas da nossa sociedade. No mundo todo, falsas simetrias foram criadas por meio de desinformação e descredibilização de instituições e da ciência.

À medida que discursos de ódio e intolerância se multiplicam pelas redes sociais, auxiliadas pela tecnologia, a nossa predisposição para confiar e dialogar diminui.
Nesse contexto, como disse Yuval Noah Harari em artigo na Time, “faltam líderes globais que possam inspirar, organizar e financiar uma resposta global coordenada.”

Talvez aí é que esteja a maior importância do SXSW de 2022. O festival, que é prioridade na agenda de líderes de inovação, criatividade e tecnologia em todo o mundo, esse ano tem a missão de coordenar uma resposta única para os nossos problemas atuais.

A pauta do ano vem com essa proposta, as trilhas de conteúdo abordam as temáticas mais urgentes para a nossa sobrevivência no planeta. Dentro desse universo, estão as mudanças climáticas, a diversidade, a saúde e a mobilidade urbana. Agora com a guerra na Ucrânia, questões bélicas e geopolíticas certamente entrarão na agenda emergencial.

O SXSW consegue ainda ir além dos debates de iniciativas anti-apocalipse. Há muito espaço para olhar para frente e discutir os caminhos da humanidade até 2050, bem como o futuro do entretenimento e da mídia, como em nenhum outro festival. Se tudo der certo com a estadia dos sapiens no planeta Terra, com certeza veremos as maravilhosas ideias compartilhadas em Austin florescerem. No metaverso e fora dele.

Falando nisso, a edição deste ano traz uma novidade bem legal: para quem não quer ou não pode viajar, o SXSW acontece também no mundo virtual. Ao mesmo tempo que assistir pela tela democratiza e adequa o festival aos novos tempos, a iniciativa nos lembra que nada substitui a experiência incrível que é estar em Austin em março.

A música, a criatividade, as pessoas que conhecemos e até os perrengues chiques fazem parte de um pacote que VR nenhum vai conseguir superar. Aprender no mundo físico continua sendo muito melhor. Pode perguntar para qualquer criança que passou dois anos tendo aulas online.

De Amy Webb a Amy Winehouse, de Elon Musk a Barack Obama, de Tarantino a Bozoma Saint-John, o histórico impecável de lineup do SXSW me tranquiliza em confiar que a edição de 2022 deve sim provar mais uma vez o valor do festival. No contexto tão complexo que vivemos, a curadoria do evento faz com que ele seja, mais do que nunca, um dos principais palcos de soluções para o futuro das nossas organizações, da nossa sociedade e do nosso planeta.

Publicidade

Compartilhe

Patrocínio