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Quem vence a guerra pelos creators: TikTok ou Instagram? 

Em um painel lotado no SXSW 2022, especialistas da indústria discutem sobre as iniciativas das plataformas para atrair criadores, quais as maiores diferenças entre as duas plataformas atualmente e qual é a aposta para o futuro dessas redes


14 de março de 2022 - 12h03

Porque as plataformas estão investindo tanto para atrair criadores de conteúdo? Jules Lund, fundador da plataforma de branded content chamada Tribe, usa um bom exemplo para explicar: o Vine. Quem lembra dele? “Você tinha criadores, eles trouxeram usuários e os usuários trouxeram anunciantes. Mas os anunciantes não estavam pagando os criadores para passar metade do dia criando, e os criadores não tinham como monetizar. Então os criadores saem, os usuários saem, os anunciantes saem e aí a plataforma fecha”.

Realmente, é um ciclo. As plataformas precisam de bons criadores de conteúdo e, para isso, eles precisam investir. Criar conteúdo leva tempo e, com tanta competitividade, é fácil ficar desmotivado. Por isso, os programas de incentivo para os criadores de conteúdo tem feito tanto sucesso. É uma situação ganha-ganha.

Mas e a questão da exclusividade para a plataforma? Faz sentido o criador focar em uma rede só? Eles acreditam que não. E mais: disseram que exclusividade para marcas também não faz. “É o legado da Pepsi e da Coca-Cola. Mas não é natural né? Se eu vou no meu armário, eu amo sapatos e tenho 8 pares. Ninguém usa UMA marca”, diz Lund.

Tenho pensado muito sobre esse assunto, até considerando que isso vale para quase todos os produtos que usamos no dia a dia. Exceto, talvez, para itens como celulares e eletrodomésticos, todas as pessoas usam várias marcas diferentes. E com a questão que a Geração Z traz de exigir autenticidade e transparência, faz sentido o influenciador fingir que compra roupas em uma loja só? Eu acredito que cada vez mais as exclusividades terão periodicidades menores, ou cairão por terra de vez. 

Mas continuando com a discussão: quando questionados sobre as diferenças entre TikTok e Instagram, Kaya Yurieff, jornalista focada em Creator Economy, respondeu:  “TikTok é uma plataforma muito criativa. Os criadores são muito bons em adicionar as marcas organicamente, enquanto no instagram é bem cara de product placement. Acredito que o Instagram está se tornando um aplicativo onde tem muita coisa acontecendo e ninguém entende direito para quê está lá. No YouTube e TikTok, você entra para assistir a vídeos. Mas no Instagram, o uso é muito confuso: você tem amigos, família, criadores, marcas, compras, agora tem reels, e eles podem cair nessa armadilha de criar esse grande menu de lanchonete como é o Facebook”.

Outro ponto muito discutido como vantagem para o TikTok foi a questão da facilidade de se criar uma comunidade e também chegar em números incríveis, enquanto no Instagram existe uma dificuldade para crescer que deve melhorar com o Reels. Mas a conclusão foi que nenhum criador deve ser leal a apenas uma plataforma, porque é importante diversificar a distribuição do seu conteúdo. 

Sobre o futuro, Lund aposta em ferramentas de Shopping, mas principalmente Live Shopping. A possibilidade de parar de medir o sucesso de uma campanha de influenciadores digitais pelo número de impressões e interações e passar a medir pelo sucesso em vendas, é o grande desafio já há muitos anos. E apesar de aparentemente o Instagram Shopping não ter ficado popular (Yurieff comentou que, desde que lançaram, não foram divulgados grandes números sobre essa ferramenta), é definitivamente onde as plataformas vão investir mais em desenvolvimento.

No final, chegou-se à conclusão de que não há vencedores nessa guerra. Mas foi perceptível pelas respostas que, se os palestrantes tivessem que apostar em um vencedor hoje, seria no TikTok.

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