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Repercepção

O que parece utópico já aparece em um delta de tempo onde nossas gerados poderão viver eternamente no que tange a saúdes e possibilidades geradas a partir da biologia sintética


14 de março de 2022 - 13h06

Crédito: Thais Monteiro

Um convite a reavaliarmos a forma como percebemos a realidade, essa talvez seja uma das maiores preocupações quanto falamos da evolução das tecnologias e o impacto delas na nossa vida.

Aquilo que antes conseguíamos separar como real e fake hoje já não é mais possível, dispomos de acesso a tecnologias que podem produzir um texto, não verdadeiro, a partir de verdades, assim como podemos criar seres através de biotecnologia que na concepção da palavra também não são verdadeiros, e nos trazem discussões éticas, sociais e religiosas. “Precisamos redefinir o que é real”, esse foi o convite feito por Amy Webb.

Quando falamos inclusive dos nossos desejos pessoais, e nosso comportamento nas redes socias, apresentamos diferentes versões de nós, dependendo da circunstância, seja naquilo que postamos nas redes sociais, como desejaríamos ser, e isso se intensificará ainda mais nos metaversos, onde poderemos ter os nossos gêmeos digitais que são aquilo que queremos ser, e isso será ou não verdadeiro?

Nos relacionaremos em uma ambiente social, e precisamos entender sob que regulações, códigos de ética e comportamentos estaremos inseridos. Ser um eu verdadeiro no ambiente digital tem que lhe custar responsabilidades verdadeiras.

Por outro lado, assim como a morte digital é relativa, podemos seguir produzindo conteúdo através de tecnologias mesmo após não estarmos mais neste plano, a morte em si também será um opcional. O que parece utópico já aparece em um delta de tempo onde nossos gerados poderão viver eternamente no que tange a saúde e possibilidades geradas a partir da biologia sintética.

Mas se podemos nos chocar com as possibilidades de uma mistura cada vez mais fluída entre o real e não verdadeiro, podemos também se aproveitar desta tecnologia para novas oportunidades, e as experiências em realidade imersiva estão cada vez mais fantásticas. Sim, ainda estamos participando de um experimento e nós mesmos vamos rir quando lembrarmos de como era esse momento e tínhamos que vestir um óculos gigantesco e pesado para nos levar para essa outra dimensão.

Porém as possibilidades que já encontramos transformam indústrias muito além da indústria de games onde é o grande laboratório. O conceito de imersividade é poderoso, apesar de ainda ser incomodo. Mas imagine você definindo a sua próxima viagem a Veneza podendo estar em Veneza antes de mesmo de investir todas as suas férias, ou assistir a um show privado com detalhes realistas do seu maior ídolo, isso talvez parece banal, mas você poderá utilizar a imersividade para buscar maior foco na educação ou simplesmente preencher seu tempo desperdiçado com aprendizados intensos através destas tecnologias.

Novamente aqui trazemos o conceito do ser ou não real. Sabemos que não é a mesma coisa você ir a um concerto em um estádio e vestir um gadget no sofá de casa. Mas ambos são verdadeiros, depende de como significamos esses momentos.

Falar de tecnologias remotas focadas inclusive em dar prazer para um mundo que já se relaciona à distância e que nos metaversos vai mergulhar mais ainda nesse “tipo” de prazer, que aliado a outras tecnologias podem trazer inclusive a possibilidade de ter até filho fruto dessa relação sem o contato físico te parece perturbador? Mas é real.  

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