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Influenciadores x creators

Qual é a diferença entre influenciadores e creators evidenciada pelo SXSW?


15 de março de 2022 - 11h54

Crédito: Xando Franzolim / OIO

Por muitas vezes o mercado entende influenciadores e criadores como farinha do mesmo saco, mas eles são bastante diferentes na essência e no entendimento do negócio que levam seus nomes.

Influenciadores, em geral, são lifecasters, pessoas que transmitem seu dia a dia como um reality a fim de construir uma relação de proximidade com a audiência. Já os criadores são, em essência, pessoas dotadas de características criativas e que expressam através das suas criações o seu modo de enxergar o mundo.

Essas criações foram se solidificando no campo do conteúdo criativo, mas com a chegada da Web3 se multiplicam os espaços para que um criador explore novos caminhos criativos.

Na minha agenda para o SXSW são 14 painéis sobre a Web3. Tema que têm deixado muitos de cabelo em pé por simples falta de referencial que não seja sempre vindo dos mesmos donos do poder brincando de comprar figurinhas pixeladas – e achando isso “o futuro da internet”.

O ponto é que no SXSW deste ano, o olhar para a Web3 vai para além do hype e da camada elitista que ela ganhou. Na sexta se falou sobre como a Web3 tem ajudado mulheres do campo e pessoas LGBT a terem acesso à educação. No painel, web3, for the rest of us, LATASHÁ, Head of Community Programming, marketplace de NFTs ZORA disse que a maneira como a Web3 vem sendo construída concentra os ativos e os negócios nas bolhas de tecnologia e finanças. Mas que é uma bolha que está prestes a estourar e que cabe também aos marketplaces oferecerem conhecimento para grupos marginalizados venderem seus ativos criativos.

No sábado, a conversa foi sobre como creators negros estão vendo o gap de valores com creators brancos diminuir a partir da descentralização financeira e diversificação de receita. Uma das vozes desse movimento é Akin Adebowale, fundador da Blacktag, uma plataforma de streaming de conteúdo feito por creators negros e que oferece uma divisão mais justa da propriedade intelectual e do revenue share das assinaturas dos conteúdos entre plataoforma e creators.

E para fechar o final de semana, discussões sobre como o meio ambiente, justiça social e as criptomoedas podem coexistir em uma conversa com Chris Carnabuci, artista por trás da escultura feita em homenagem a George Floyd, assassinado pela polícia americana em 2020. A escultura virou asset digital e vendida via NFT, tendo a renda revertida para ONGs. Além de The Jiho (Jeff Zirlin) que nos apresentou novas criptomoedas com mínimo impacto ambiental.

Metaverso, NFT, DAOs, DeFi, blockchain são palavras do vocabulário da Web3. Elas têm sido definidas por espalhafatosas tentativas de ser o primeiro a fazer – que geralmente são investidas por homens brancos e ricos – mas há quem realmente está entendendo o poder da descentralização das big tech e a força de promover mudanças em suas comunidades sem intermediação.

São mudanças na Creator Economy virando a esquina digital para além do post no feed ou vídeo de 15 segundos. Isso aponta para uma maneira mais ativa, participativa e colaborativa no trabalho entre criadores e marcas. Fica cada dia mais claro que influenciadores lifecasters ficarão fadados a espaços de mídia e tratados como tal, enquanto criadores navegarão com muita facilidade pelo mar da Web3.

Leia os sinais, mas acima de tudo, desenvolva um olhar crítico. Não aceite tudo que dizem sem questionar e busque referências de quem está trabalhando com responsabilidade para fazer do próximo passo da web um lugar mais democrático e seguro.

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