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SXSW também é dia de não assistir nada

Por Ian Black, CEO, Founder & Partner da New Vegas, agência digital da B&Partners.co


15 de março de 2022 - 12h12

Crédito: Amanda Schnaider

Domingo acordei disposto, mas sem a menor vontade de ver palestras / painéis. Resolvi seguir meus instintos e tive um dos dias mais produtivos do festival.

Já havia muitas coisas trafegando na cabeça das coisas vistas nos dias anteriores. A busca sempre é para chegar em pensamentos e considerações minimamente originais e que dialoguem com o que já venho construindo. Coloquei muitas coisas pra fora através dos stories, fazendo não um apanhado do que de melhor aconteceu no festival, porque existem jornalistas competentes fazendo isso, mas sim compartilhando meus entendimentos do mundo a partir do impacto do que eu vi e conversei por aqui.

E o que vi, ouvi e troquei no sábado já me pareceu muito satisfatório. Depois do keynote do Tristan Harris, eu decidi que não veria mais nada naquele dia. E eram apenas 15:30. Domingo, fui ainda mais radical. Simplesmente não pisei em uma única sala. Tirei a manhã para comprar suprimentos para meu airbnb, escrevi algumas coisas, conversei com pessoas muito fodas e queridas sobre as coisas que eu fui compartilhando nos stories e sai de casa as 12:45 para encontrar um amigo que não via há anos. Falamos sobre o mercado de conteúdo, dados, mas principalmente sobre política e como ela é parte essencial do que estamos construindo. Eu saí dali com a certeza de que nada bateria aquilo (somado ao que já estava me atravessando desde o dia anterior).

Resolvi encontrar meus amigos da banda Tuyo, que vão tocar na abertura da parte de música e em outras datas. Fomos num bar aberto, cuja parte de trás tinha muita gente assistindo a alguns shows de bandas irregulares que pareceram estagnadas nos anos noventa. Mas estava sol, ainda eram uma 16hs, havia cerveja e tudo aquilo me pareceu muito mais inspirador do que qualquer painel chato de pessoas que não conseguem sustentar um raciocínio eloquente por mais de 30 segundos.

Rumamos para outro bar, já na região mais próxima do Convention Center. Uma rua com muitos bares. Paramos ali, chegaram outras pessoas pretas, inclusive a Renata Hilário, uma das responsáveis pelo maior projeto de conteúdo de 2021, Mano A Mano. Falamos de excelência preta, da necessidade de respeito para figuras como o Mano Brown e a Glória Maria, e como devemos sempre nos colocar de acordo com a nossa grandeza. Nos emocionamos em vários momentos e isso se estendeu por outras interações.

Ao final do dia, fomos com a galera da Tuyo comer frango frito com fritas e feijão adocicado. Facco, muito feliz por estar ali compartilhando aquele momento com todo mundo, resolveu pagar a conta e dar uma gorjeta surpreendente pra garçonete. Voltamos ele e eu num Uber dirigido por um cara fã de Bon Iver, nossa banda preferida de todos os tempos, que ainda nos apresentou um novo artista. Hector Morlet.

Foi um bom dia de muitos aprendizados.

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