Meio&Mensagem

15 de março de 2022 - 12h43

No começo da semana, um furacão passou no SXSW: a cantora Lizzo. Sua presença é um típico exemplo da magia desse festival. Li um pouco sobre ela e achei que a palestra poderia ser interessante, mas não estava preparada para essa explosão de sentimentos, para o furacão chamado Lizzo. Infelizmente, não a conhecia. Felizmente, tive a oportunidade de conhecê-la.

Chorei e gargalhei com a mesma força e em intervalos de tempo tão próximos que fiquei questionando minha sanidade aqui.

A cantora de 33 anos coleciona alguns dos maiores prêmios da indústria fonográfica, incluindo alguns Grammys. Além disso, Lizzo é famosa também pela luta contra o racismo e a gordofobia.

Durante seu painel no SXSW, Lizzo falou sobre sua série com a Amazon. “Watch Out For The Big Grrrls” mostra a busca da cantora por dançarinas parecidas com ela. Simples assim. Sem a competição dura dos realities. Mas com muita emoção e aceitação.

Segundo Lizzo, o objetivo foi dar espaço e, mais do que isso, inspirar as próximas gerações sobre como se aceitar e se divertir com seu corpo. “Eu quero destacar essas mulheres e mostrar que elas são valiosas, elas são dignas e trazem dinheiro para quem valoriza a representação”, disse.

Uma das frases da cantora segue ecoando na minha cabeça: “Você pode ser o que você quiser”.

Em dado momento da palestra, Lizzo pediu que levantassem a mão aqueles do público que gostavam do que viam quando se olhavam no espelho. Poucas pessoas se manifestaram.

Nesse momento, ela sugeriu um exercício básico de autoestima x aceitação. Todos os presentes deveriam falar “Eu te amo, você é lindo, você pode fazer o que quiser” repetidas vezes, inclusive para a pessoa ao lado.

Ao fim do exercício, ela pediu de novo para levantar a mão quem gostava do que via no espelho. Todos se levantaram e aplaudiram. Muitos choraram. O ápice emocional de uma conversa cheia de significados.

Lizzo nos mostra que o verdadeiro poder de um artista contemporâneo está no amor.