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Expectativas x realidade

Aprendizados, networking e algumas frustrações


16 de março de 2022 - 10h19

(Crédito: Ben Houdijk/Shutterstock)

Estou no SXSW com dois chapéus: um no CNPJ – como empreendedora e expositora – e outro no CPF – como profissional da inovação. E vim falar sobre as visões um pouco diferentes do evento quando observo tudo a partir desses dois lugares distintos. Como é minha primeira vez no evento, cheguei aqui cheia de expectativas – mesmo com os pensadores contemporâneos tendo me ensinado de quem a expectativa é mãe – rs.

Como empreendedora, eu não podia estar mais feliz. A Mimo Live Sales, empresa de live commerce que fundei em 2020 com a Monique Lima, é a única startup brasileira expondo no Creative Expo do SXSW. A Mimo também é a única startup no evento inteiro trazendo conteúdo sobre live commerce. Algo que já seria grande por si, na minha visão. Mas o fato de estarmos criando novas conexões com marcas e pessoas do mundo inteiro, fortalecendo cada vez mais o nome da Mimo como autoridade no tema é a melhor parte da experiência. Desde que o estande foi aberto, não paramos um minuto. Literalmente.

E ter pessoas de diversas partes do mundo querendo saber sobre nosso negócio e ainda tecendo muitos elogios pela estratégia de produto e tecnologia, é algo que toda empreendedora quer. Eu queria! 

Fazer parte do evento como expositora está sendo uma experiência incrível e super positiva. Conheci muitas pessoas do Brasil, que ainda não conheciam a tecnologia de live commerce e estou voltando para São Paulo com a agenda cheia de reuniões. Provando que bons negócios realmente acontecem aqui, pois o networking é muito qualificado.

Como pessoa física, que estava sedenta por assistir aos conteúdos e ver as ativações que as marcas estavam preparando pro evento, estou um pouco frustrada. As bigtechs famosas que imaginei que estariam aqui, não estão nesse ano. Muitas ativações de marcas têm se resumido em distribuir bebida e oferecer shows de música, mas com zero inovações tecnológicas para experimentação. Poucas ficaram dentro da expectativa. Menos ainda foram as que surpreenderam de verdade.

Por trabalhar com inovação, meu dia a dia é buscar referências de novos modelos de negócios, novas tecnologias e experimentos do mundo digital e físico no mundo todo. Vim para o evento com a expectativa de conhecer e aprender coisas novas. E isso aconteceu pouco. Assisti palestras muito boas, que me entreteram e abordaram assuntos importantes, é claro. Mas muita coisa óbvia vem sendo dita. E é claro que isso gerou uma certa frustração. Trabalho com ESG desde 2016 e não ouvi nenhuma abordagem nova sobre isso. Nada. Tudo que estou vendo de inovação de retail, por exemplo, já vi em outros eventos também.

Mas tudo é aprendizado, afinal. Aprendi que o SXSW é um evento para nos conectarmos com autores e personalidades que já admiramos, lemos e consumimos, não para ouvir coisas diferentes, mas para criar ainda mais conexão com o que acreditamos e admiramos. Também aprendi que o evento funciona mais em termos de inovação se buscarmos justamente conteúdos contrários em relação ao que procuramos. Ver palestras, participar de trilhas e eventos de assuntos que não tenham nada a ver com nosso dia a dia, é muito mais motivador e pode gerar insights realmente genuínos. 

O fato de ter muita gente da área de inovação e tecnologia aqui, além de profissionais da área de marketing, tem gerado conversas paralelas muito (muito) boas. Estou construindo novas perspectivas através dessas conversas e isso já valeu o evento inteiro. 

Fora a felicidade de poder ver e rever pessoas que por muito tempo foram apenas um avatar do outro lado da tela. Além de ser o primeiro evento em que fui, pós-pandemia, onde quase ninguém está usando máscara. E isso dá uma sensação de liberdade que há tempos não sentia.

Ainda tem muito SXSW pela frente! E agora com as expectativas calibradas, vou seguir me jogando.

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