O futuro pertence às pessoas que acreditam mais nele do que as outras
Mark Zuckerberg não trouxe nenhuma grande novidade, mas mostrou que ele está no jogo. E para ganhar
Mark Zuckerberg não trouxe nenhuma grande novidade, mas mostrou que ele está no jogo. E para ganhar
16 de março de 2022 - 12h49
Algumas palestras são boas por serem pontos de inflexão, outras por instalarem o radar apontando o futuro. A de hoje Mark Zuckerberg não trouxe nenhuma grande novidade, mas mostrou que ele está no jogo. E para ganhar.
Com um dia de antecedência ele confirmou sua presença no evento em uma rara aparição pública. Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, foi entrevistado por Daymond John, conhecido nos EUA pelo programa de televisão Shark Tank que, diferentemente de como trata os criadores de startups promissoras atrás de investimento, foi bem gentil com o CEO da Meta. Um dia após Frances Haugen ter se apresentado na mesma sala em que ocorria a entrevista, John preferiu não tocar em temas espinhosos. Mark, embora seja um gênio criativo e um dos mais bem sucedidos do mundo, também é muito controverso.
Mark abriu sua fala comentando a guerra da Ucrânia. “É difícil usar as palavras certas, que signifiquem algo que possa melhorar as coisas. Só quero registrar meu pesar pela invasão.É um evento global, desestabilizador. Nós temos equipes trabalhando pelo país para garantir que as pessoas possam se conectar. Digo isso porque é um tanto estranho falarmos de futuro, Metaverso e Web3, com todo esse horror acontecendo.”
Toda a sua exposição foi focada no Metaverso, para o qual ele afirma estar preparando a sua rede social para se tornar a maior empresa de Metaverso do mundo. Você duvidaria disso? “Eu acho que pelo trabalho que estamos fazendo no Metaverso, somos a empresa que se preocupa em ajudar as pessoas a se conectarem. Enquanto outras empresas estão focadas em projetar tecnologia para que essa conexão aconteça.” Mark mostra que embora ainda estejamos no início desse processo – que ele considera tão disruptivo quanto uma fazenda que saiu da agricultura de base para a automatizada – muita coisa já está aí.
Ele citou que todo esse universo incrível nasceu com os games, parte do Metaverso já está por aí. Atualmente existe um clube de comédia onde as pessoas vão lá contar piadas. Ou ainda uma professora e artista do Brooklyn que construiu um museu de arte negra onde vende suas peças. Falou em avatares, hologramas e roupas virtuais para eles. “Se você se preocupa com a roupa que vai usar para uma reunião virtual pelo computador, claro que vai querer vestir bem o seu avatar.” O mercado que está por vir é infinito e muito do que virá, sequer existe.
Se hoje nosso ponto alto é a internet móvel, será o Metaverso o seu sucessor. O passo seguinte é se sentir presente com outras pessoas ou em outros lugares. Enquanto hoje olhamos para os dados ou sites, no futuro estaremos dentro deles e não importa de que lugar do mundo. “Essa sensação de presença e tudo o que vem com ela é uma coisa mágica. Em muitos aspectos é uma espécie de Santo Graal das experiências sociais que eu e outras pessoas queríamos construir.”
Zuckerberg expôs seu timeline: “Quando comecei era basicamente tecnologia. O Facebook era um site onde você tinha o seu perfil. Anos depois surgiram celulares com câmeras e a principal maneira de se compartilhar se tornou visual, com fotos. Mas nossas redes móveis eram suficientes para vídeos. Hoje estamos nessa fase, o vídeo é a principal forma de compartilhar experiências online. Mas não é o fim da linha. O próximo passo será estar imerso no Metaverso compartilhando experiências com outras pessoas.
Mark diz que quando se administra uma empresa como essa, a comunicação externa deve ser pensada para reunir e trazer pessoas para dentro da empresa. Pessoas que acreditam na empresa mais do que outras. “Estamos trabalhando para que nos próximos anos tudo isto esteja num par de óculos de aparência normal, com lentes finas. Nesse momento estaremos sentados aqui tendo essa conversa, todos usando óculos, mas eu serei apenas um holograma no assento ao seu lado.”
Mark afirma que ainda leva entre 10 a 15 anos para um desenvolvimento intenso do Metaverso, mas eu posso te garantir uma coisa, eles vão chegar lá. Estamos vivenciando essa construção, somos uma das empresas que geram as ferramentas para esse novo mundo.
Ele pode ser controverso, pode gerar polêmica e ter uma relação não muito amistosa com o público do SXSW desde sua estréia no evento, mas o cara é um gênio.
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