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Somos idiotas digitais

Cada novo device conectado é mais um ponto de entrada para hackers


16 de março de 2022 - 9h52

Crédito: Shutterstock

É assim que o famoso produtor de filmes, Jeffrey Katzenberg se referiu a nós (incluindo ele próprio) quando o assunto é segurança online, durante sua apresentação no SxSW ontem. Pausa para pensar.

Agora reflita comigo: você cria a sua própria senha? Você usa essa senha em mais de um lugar? Você desconsidera sistema de dupla autenticação? A maioria de nós responde “sim” a pelo menos uma dessas perguntas e não se dá conta do quão vulnerável está a potenciais ataques hackers. E mesmo quem acha que hackers não vão se interessar por uma pessoa comum, a hacker, Rachel Toback adverte: “eu posso querer te hackear porque você tem acesso a outras pessoas”.

Fiquei abismado ao descobrir no bate-papo com o empreendedor Hari Ravichandran que nos EUA hoje se rouba mais no ambiente online do que no mundo físico. E a verdade é que isso só vai piorar daqui pra frente. É fácil entender o porquê. Cada novo device conectado é mais um ponto de entrada para hackers. Hoje, isso inclui a câmera do seu baby e até o seu micro-ondas! Aliás, saiba que a sua impressora em casa é um dos pontos mais vulneráveis a ataques hackers uma vez que possui drivers e sistemas desatualizados.

As coisas não são diferentes no mundo das empresas. Já é sabido que o ponto mais vulnerável de uma organização não está nos seus sistemas e sim nas suas pessoas. É aquele e-mail aparentemente inocente que pede pra você clicar num link e, pronto, o estrago está feito. Imagine agora quando a rede do seu trabalho é a mesma que o seu filho acabou de instalar o joguinho do momento.

As empresas devem olhar, portanto, para os seus sistemas e as suas pessoas. No primeiro caso, pensar não somente em soluções reativas, mas também pró-ativas. Melhor do que apagar um incêndio é poder detectar a fumaça com antecedência. Novos sistemas devem nascer com segurança “by design”. Não deixe para pensar na segurança do seu sistema depois do desenvolvimento. Quanto às pessoas, isso passa por muita capacitação para que os colaboradores reconheçam um possível ataque hacker e saibam o que fazer. Aqui vale uma dica: mande e-mails alinhados com o time de TI para testar o colaborador. Veja se ele clica naquela “oferta imperdível”. Se ele cair várias vezes, fique de olho nesse colaborador; ele pode ser o foco do próximo ataque hacker à sua empresa.

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