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As 10 megatendências não-óbvias para 2022


16 de março de 2022 - 15h20

Crédito: Divulgação

Todos os anos, o trendwatcher Rohit Bhargava vai ao SXSW apresentar as megatendências para o ano. Cá entre nós, é um desafio e tanto traçar tendências de para onde o mundo caminha em um cenário pós-pandêmico em meio a uma guerra que ninguém sabe ao certo que proporções alcançará. Mas olhar para as relações humanas e as relações entre humanos e coisas é imprescindível para aproveitar as oportunidades — e mitigar os riscos e prováveis desafios. 

Então vamos ver aqui algumas das megatendências mais relevantes que Rohit expôs no SXSW 2022.

Identidade Amplificada

A busca por expressões individualizadas de si mesmo vem crescendo globalmente. As pessoas vem cuidadosamente articulando a forma como são percebidas como indivíduos.  Buscam viver de uma forma cada vez mais autêntica — embora seja um tipo de autenticidade manipulada, forjada para uma ideia projetada de si mesmo que é exposta em postagens muito bem pensadas para conseguir mais engajamento e um tipo de estrelato pueril e efêmero. Isso sem contar o deepfake que pode criar conteúdos não existentes de pessoas ou até pessoas não existentes produzindo conteúdos. 

Assim, cada vez mais existem diversas versões de nós mesmos que expomos nos diferentes perfis, alguns mais fakes, outros menos fakes, em diferentes redes, no que poderia ser chamado de multiverso. Considerando o metaverso de múltiplas dimensões em que podemos estar, teríamos então um metamultiverso que cruzaria as múltiplas identidades com as múltiplas dimensões.

Ungendering ou Não-Gênero

As divisões clássicas e antiquadras de gênero estão evaporando com a humanidade adentrando na era da modernidade gasosa, o próximo estágio da modernidade líquida de Bauman. Em tempos em que as relações humanas estão cada vez mais efervescentes, o líquido se transforma em gás, que entorpece nossos sentidos de percepção nas bolhas de opinião nas quais os algoritmos nos asfixiam. 

Essa gasosidade de gênero vem mudando a forma rígida e sólida com que a sociedade enxergava as expressões e preferências das pessoas. 

As instituições e marcas vem correndo atrás dessa tendência, como a Mastercard com seu projeto True Name, que coloca o nome escolhido no cartão de crédito. A habilitação nos EUA também já oferece essa possibilidade. Marcas de roupas exploram segmentos totalmente unisex onde não há itens binários apenas. E marcas como a Harley-Davidson ou de cervejas, que historicamente enviesavam a sua comunicação apenas ou com muita ênfase ao público masculino, vem ampliando sua percepção de mundo para outros públicos.

O desafio das marcas e instituições aqui é promover mudanças que removam todo tipo de viés de gênero e ofereçam formas mais plurais para todes poderem se expressar.

Conhecimento Instantâneo

Com o consumo on demand cada vez maior de conteúdos snackables, podemos dizer bitables até, do tamanho de uma mordida, as pessoas estão se beneficiando de aprender tudo de um jeito mais rápido. O valor de ser especialista em algo vem se evaporando também e isso não deixa de ser preocupante.

Para ilustrar, Rohit mostrou a história de um guri de 8 anos que aprendeu no Youtube como dirigir porque queria ir no McDonald’s comprar um hamburger. E exemplos de marcas que tem utilizado o edutainment como vetor de engajamento e construção de marcas. Como a Fender com a plataforma Fender Play que ensina a tocar instrumentos. E como a tecnologia pode atuar neste sentido, com o exemplo de uma luva que ensina a tocar piano em algumas horas. Ela foi desenvolvida pelos engenheiros da Universidade da California em San Diego.

As marcas podem explorar essa tendência ajudando as pessoas a ficarem mais espertas e melhores de um jeito mais rápido.

Revivalism

Por estarmos entorpecidos em meio um mundo extremamente complexto, caótico e confuso, rendidos por uma tecnologia cada vez mais onipresente, estamos buscando um resgate ao nostálgico que nos lembra de tempos mais simples de antigamente. Podemos ver esse fenômeno até mesmo em tendências da moda, em itens de vestuário e acessórios como tipos de óculos e pochete, cortes de cabelo, barbas e bigodes entre muitos outros exemplos.

Modo mais humano

Cansados da tecnologia que pode nos isolar, as pessoas estão buscando experiências mais físicas, autênticas e até imperfeitas vividas como humanos e com humanos. Rohit mostra o exemplo da “fila relaxada” nos supermercados da rede Tesco, onde não há pressa e as pessoas podem interagir entre si com calma. Empatia total também entra nessa tendência, com embalagens de shampoo e condicionador que possuem elementos que ajudam a identificar os produtos. Serve tanto para deficientes visuais, quanto para qualquer um de nós quando estamos com os olhos fechados no banho por conta da espuma. As marcas podem explorar essa tendência desenvolvendo estratégias que são profundamente empáticas com as pessoas de todos os tipos.

Purposeful Profit

Enquanto consumidores e empregados demandam mais práticas sustentáveis e éticas, empresas  respondem adaptando produtos e negócios assumindo questões elevadas da sociedade. Rohit cita a Patagonia, pela forma como incentiva a economia circular, oferecendo a manutenção de suas roupas sem custo para que não seja necessário comprar um item novo. 

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