Meio&Mensagem

17 de março de 2022 - 12h08

Mal começou a tocar a vinheta dos patrocinadores e o auditório veio abaixo. Os celulares, acima: todos filmando e gritando. Era Casemiro entrando para sua concorrida palestra no SXSW 2022. Depois de uma breve apresentação por parte de um executivo da Twitch, Caze (eles pronunciavam Quêize) começou a falar.

Casemiro iniciou o papo contando sobre a ideia de fazer o lançamento de um documentário da Netflix em uma live com ele, comentando em real-time as peripécias do menino Ney, da qual participou recentemente. Contou como surgiu a ideia e os bastidores do que se tornou o maior fenômeno da Twitch no Brasil. Uma ideia simples, mas muito corajosa: a Amazon ajudando a promover sua concorrente.

Já que o assunto era futebol, ele partiu na sequência para algo grande de verdade: Flamengo x Portuguesa-RJ, jogo de abertura do prestigiado Campeonato Carioca. O evento transmitido por ele teve picos de aproximadamente 250 mil pessoas assistindo simultaneamente.

Mais adiante, já nas perguntas da plateia, Casemiro voltou a responder abertamente sobre sua relação com a família, morar com os pais, o fato de não gostar de dar entrevistas, o ganho de peso na pandemia e outros assuntos já percorridos nos chats de suas lives, só que agora em inglês. O único tema rejeitado por ele de maneira bem direta foram os vídeos sacaneando o Ed Motta. Não queria perder mais tempo com isso.

Se você estava na dúvida, não, o Casemiro não participou do SXSW 2022. Mas o que não deixa dúvida alguma é o quanto Caze é genial. No lugar dele, vi outros creators brilhantes. Um debate com Tyler “Ninja” Blevins, mais um streamer gigantesco. E uma palestra do Jack Conte, no interessante “Creating in a shit storm”, entre outros. Eles falaram sobre tendências, números, curiosidades e, claro, best practices para ser um grande creator. Muitas verdades, nada contra as best practices. O próprio Casemiro posta vários vídeos ao dia e alimenta cada uma de suas plataformas com peculiaridades e linguagem nativa delas, para desespero do Jack Conte, que comentou sobre o quanto isso é cansativo. Mas, para citar uma outra sessão que vi, a do professor da NYU e apresentador da CNN, Scott Galloway, o Prof G., a grande lição que podemos tirar da pandemia é alimentar relações profundas, verdadeiras e cheias de significado com o mundo. Seja nas nossas vidas pessoais, relações de trabalho ou das marcas com seus consumidores. E isso o Casemiro faz com a mesma naturalidade com que ele abria lives na madrugada e colocava milhares de pessoas para dentro nesses últimos dois anos.

Fica a dica para ano que vem, produção do SXSW.