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Games assumem maior relevância no debate social

Me chamaram a atenção a interseção entre games e metaverso, o debate de temas tabus através das narrativas criativas dos jogos, maior inclusão e representatividade fruto da descentralização dos polos de desenvolvimento


17 de março de 2022 - 12h19

Crédito: Shutterstock

Todas as análises, independente da perspectiva, atestam a consolidação da indústria dos games como uma das grandes protagonistas no atual cardápio de entretenimento global.

Palestras, discussões e debates sobre seu futuro e a introdução das mais novas tecnologias, como o metaverso e os NFT’s nesse universo pautaram muitas sessões no SXSW 2022. Em comum, todas demonstraram que o setor vai muito além de uma mera modalidade de divertimento, passando a ser atravessado por temas de grande relevância social, como inclusão e educação.

Entre as tendências em destaque, me chamaram a atenção a interseção entre games e metaverso, o debate de temas tabus através das narrativas criativas dos jogos, maior inclusão e representatividade fruto da descentralização dos polos de desenvolvimento e, por consequência, diversidade de perspectivas, e o potencial educativos das plataformas. A seguir, detalho um pouco mais cada um desses aspectos.

1.Games e Metaverso: O metaverso nada mais é do que a nossa própria versão digitalizada, nosso avatar, que passará a interagir em outra dimensão.
Se seremos personagens futurísticos que interagem, conversam, fazem compras e reuniões de trabalho com nossa versão virtual, como não poderíamos considerar essa uma nova forma de gamificação?

Na palestra “Power of Play: How gaming can help build a better world” Sarah Bond, Creative VP da XBOX, destacou como os valores hoje presentes nos jogos estarão em evidência nessa nova realidade de interações via metaverso. Empatia, colaboração e proximidade passarão a ser altamente relevantes na construção de um ambiente mais saudável nessa nova dimensão virtual.

2.O papel dos games na desmistificação de tabus: outro tema também bastante comentado durante o festival é o papel dos games na ampliação do debate e da visibilidade de questões ainda consideradas tabus, como saúde mental e sexualidade.
Games nos quais personagens sofrem de diferentes tipos de transtornos mentais, como depressão e luto, ou se encontram na jornada de descoberta de sua sexualidade atuam como apoio à audiência que eventualmente estejam atravessando vivências similares.

3.Inclusão e diversidade: Onipresente no SXSW de 2022, o tema D&I também permeia o universo dos games. Em sua apresentação Sarah Bond trouxe bons exemplos de programas e iniciativas que estão abrindo as portas para que pequenos desenvolvedores possam lançar suas criações em grandes plataformas como XBOX. Além de criar novos espaços de mercado, essas ações estão ampliando o espectro de representatividade no desenvolvimento criativo dos jogos, oferecendo maior conexão com culturas não mainstream, uma vez que muitos desses desenvolvedores vem de países pouco representados na indústria. A inclusão extrapola o aspecto narrativo e se estende ao desenvolvimento dos devices pensados para o público PCD.
Devices com linguagem em braile e formatos cujo funcionamento não se restrige ao uso dos dedos das mãos, mas também pés ou parte do antebraço, estão surgindo a fim de garantir maior acessibilidade ao universo dos jogos.

4.Games como plataforma educativa: Na pandemia os games passaram a ser grandes aliados dos pais como alternativa de entretenimento para os filhos. O que poderia ser apenas um passatempo acabou assumindo papel importante na educação infanto-juvenil. Franquias como Age of Empires, que trazem diferentes séries sobre momentos épicos da história da humanidade, se mostraram grandes apostas não apenas de diversão, mas um recurso valioso para oferecer informação educativa para crianças e jovens.

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