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E se a gente misturasse tudo? Como seria?

Fiquei pensando em como seria esse mundo futurista se juntássemos todos os assuntos que vimos por aqui nesta edição do SXSW22 e resolvi escrever sobre isso


18 de março de 2022 - 9h58

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Primeiro, vamos entrar no Metaverso, (realidade paralela, que ocorre em um mundo virtual). Assunto mais em evidência por aqui. Um ambiente, ou melhor, vários ambientes interconectados por API’s ou códigos abertos de vários desenvolvedores, dentro da web3 (a próxima versão da internet, uma remodelagem baseada em blockchain, tokenização e descentralização), onde há velocidade, interoperabilidade, qualidade, e é capaz de existir com plena portabilidade entre os diversos aparelhos que usamos hoje (devices como TV, celulares, computadores, óculos VR… etc ).

O conceito mais usual de Blockchain é como um livro compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações e o rastreamento de ativos em uma rede.

Teremos um avatar hiper-realista (que hoje já pode ser construído em minutos), aliás, vários, um para cada situação. Se eu quero parecer inteligente e bem-sucedida numa conferência no metaverso, o meu avatar estará de acordo com este objetivo.  Se eu quero parecer charmosa e descolada num ambiente de paquera, o meu super avatar vai me dar essa característica.

O reflexo disso é que os algoritmos de identificação de público e suas necessidades e desejos, segundo a futurista Amy Webb, numa visão catastrófica, ficarão bem impactados e confusos, atrapalhando bastante a lógica do marketing digital da forma como conhecemos hoje.

O nosso super metaverso nos propiciará um sentimento de conexão, sensações e experiências com interações naturais e realidades ininterruptas.

“A característica definidora do metaverso é que você se sente presente com outras pessoas ou em outro lugar. Essa sensação de presença e tudo o que vem com ela é uma sensação muito mágica. É extremamente humano e, em muitos aspectos, é como o Santo Graal das experiências sociais que eu e muitas pessoas queríamos construir há muito tempo”, disse Mark Zuckerberg, fundador e presidente da META.

Neste ambiente, as moedas incluem também as moderninhas criptomoedas e os registros de bens serão os NFT’s  (non fungible token, ou “token não fungível” ).  Eles são tokens, ou seja, códigos numéricos com registro de transferência digital que garantem autenticidade aos seus donos. Ouvi discussões por aqui se eles serão os “cartórios” do metaverso. Será?

Racismo e discriminação, avatares e produtos fake, assédio e desinformação, são problemas que podem ser amplificados, e muito, em ambientes virtuais.  Como será a regulação por aqui? Usando blockchain e comunidades auto-moderadas? É o que sugere Philip Rosedale, criador do Second Life.

Poderíamos encaixar aqui as falas e visões bem-humoradas e com o altíssimo astral da Lizzo, cantora, compositora e rapper norte-americana, e seu embate contra a gordofobia, onde mulheres autenticas, poderosas e estrelas de positividade corporal têm um lugar bem especial e muito bem aceito.

Diversidade por aqui é fundamental. Sem diversidade, diminuímos a amplitude de tudo que podemos fazer.

Tudo isso, baseado em AI, inteligência artificial, ciência da computação que busca simular a inteligência humana, que vem avançando a passos largos e hoje já consegue escrever um artigo, 50 milhões de vezes melhor que esse aqui, em frações de minutos com base no que “aprendeu” rastreando dados e informações para planejar o que vem depois.

Mas uma coisa, eu faço questão de deixar registrado:

Algoritmos não preveem as exceções, as superações humanas, os talentos e os “pontos fora da curva“.

Como incluir isso nessa lógica?  Com o caso da Renée Gosline, professora do MIT em “In Praise of Friction”, filha de imigrantes de um pequeno país pobre do Caribe, que cresceu no Brooklyn durante uma epidemia de crack, e viu a mãe se afundar com ela. Qual algoritmo preveria que ela iria para Harvard e seria professora do MIT?

Essa é a nossa realidade, a nossa vida verdadeira, onde pessoas são pessoas, muitas vezes imprevisíveis e maravilhosas com todo o charme pessoal que cada um de nós têm.

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