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Sobre Web3, empoderamento, diversidade e otimismo sobre o que vem por aí

O poder de decidir quem merece e pode ter um lugar ao sol não necessariamente estará centralizado somente nas grandes instituições


18 de março de 2022 - 14h23

Crédito: Shutterstock

Estamos vivendo uma chuva de buzzwords do momento aqui no SXSW: Metaverso, blockchain, web3, NFTs…e, sim, eu vim preparada para ouvir tudo isso e me aprofundar mais nesses assuntos para além do hype.
Esse não vai ser um texto preditivo sobre o futuro da web3 e afins. Mas vai ser um texto sobre uma grande vantagem e possível transformação do que podemos esperar, a partir da essência do que a web3 se propõe a ser.

Tive a sorte e o privilégio de assistir a um painel chamado “Empreendedorismo na Web3” do qual participaram Shelley Zalis, Scilla Andreem, Rachel Wolfson, Melody Hilderbrandt, Anjail Young e Scilla Andreen.

Para começar o painel, Rachel – quem estava moderando – puxou a seguinte pergunta: “Qual vocês acham que é a grande vantagem da Web3?”

Uma a uma, as participantes foram respondendo e as respostas já traziam pequenas aulas sobre o potencial da web3:

Fazendo um parênteses aqui: estamos falando da WEB3, como evolução das primeiras duas “fases” da internet: A Web1 é o início de tudo. Quando era tudo mato. A era pré Mark, pré redes sociais e seus monopólios. A web 2 é a internet que vivemos hoje: dominada por poucos e gigantescos players. Nossos dados são deles, os creators são deles e dependem deles para distribuir e capitalizar seus conteúdos.

E então temos a web3, que começa a esboçar seus primeiros passos ao mesmo tempo em que vemos a blockchain explodir, o mundo crypto ganhando cada vez mais adeptos – muito impulsionado pelos cryptogames e os NFTs sendo amados por uns odiados por outros.
Essas buzzwords do momento são, na verdade, as protagonistas do que espera-se que vá ser a nova era da internet.

E então, vamos voltar às respostas das painelistas sobre as grandes vantagens da Web3:

A primeira resposta foi sobre como o conceito de OWNERSHIP deve acontecer e se intensificar na web3:

Foi dito sobre até que ponto a gente realmente é dono dos nossos ativos. Por exemplo: Você compra um livro no kindle e teoricamente ele é seu. Mas se por algum motivo você não quiser mais usar o kindle, aquele asset não pode mais ser acessado . E aí? Mas você não era dono daquilo?

E então falamos dessa Web3 onde – através dos tokens – seremos capazes de ter o real ownership de algo. Hoje, muitas vezes, você compra a plataforma, e não o asset. Você compra o acesso ao kindle, o acesso a algum filme no streaming. É isso, você compra ou assina o acesso à coisa, mas não é dono da coisa em si.

A proposta dos tokens é que a gente possa realmente ser owner dos nossos ativos digitais.

E isso me leva ao segundo grande tópico discutido no painel: na medida em que o ownership pode se deslocar das plataformas para os indivíduos, isso abre espaço para que os creators se conectem diretamente com suas comunidades. E isso pode dar um baita protagonismo para criadores de conteúdo, influencers, artistas…e qualquer indivíduo ou marca que já tenha uma comunidade formada em torno de si.

Isso pode ser o ponto de partida para uma descentralização do poder em massa como conhecemos hoje. Uma vez que o creator já tenha uma comunidade, pode-se pular o intermediário, transformar sua obra em tokens e comercializar diretamente para as pessoas.

As pessoas… a comunidade e – não mais – os intermediários ou os monopólios de redes sociais -, terão o ownership sobre aquilo.

É aqui que a mágica poderá acontecer: Imagine todo o caminho a ser trilhado por alguém em busca de ver sua obra sendo publicada ou produzida? Algumas pessoas têm contatos, têm mais entrada, verba…mas imagine os grupos ou pessoas que historicamente têm mais dificuldade de acessar grandes distribuidoras de filme, editoras de livros, galerias de arte etc etc.

E isso me leva a última – e mais importante – parte do painel que quero trazer pra cá. Voltando à pergunta: Qual a grande vantagem da Web3? Shelley Zalis – CEO de uma empresa que se dedica a tornar os ambientes corporativos mais igualitários para as mulheres – respondeu sem pensar, enquanto apontava para as outras participantes do painel: “A vantagem da Web3 é essa aqui ó: nós podemos ter uma, duas, três, quatro, cinco mulheres maravilhosas, executivas, empreendedoras, geniais, sendo protagonistas e liderando um painel no SXSW.”.

E é – completamente – sobre isso que a web3 pode ser: quando falamos de descentralização, não falamos somente de blockchain, criptomoedas…isso é o que há de mais mainstream atualmente sendo dito sobre web3.

Mas temos esse potencial maior de descentralização: se pensarmos que o poder de decidir quem merece e pode ter um lugar ao sol não necessariamente estará centralizado somente nas grandes instituições, mas nas comunidades, na audiência, nas pessoas e, principalmente, nos artistas também.

Então, é aí que podemos ver a revolução acontecer. Por aqui no SXSW já ouvi sobre escritores e filmmakers produzindo livros e longas para serem lançados e custeados via NFT. E estou otimista para assistir e torcendo pela (r)evolução que veremos nos próximos tempos em nossa indústria.

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