“Nossa responsabilidade com relação ao futuro”
Se eu tivesse que dar um título para o SXSW2022, arriscaria esse
Se eu tivesse que dar um título para o SXSW2022, arriscaria esse
21 de março de 2022 - 17h00
Ontem foi o último dia do South by Southwest. É tanto conteúdo, tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que, após 10 dias intensos de programação, essa parada chega a ser bem-vinda. Me explico: o valor de uma experiência como essa está naquilo que você assimilou e passou a ser parte de quem você é; e se nesse processo você conseguiu se transformar. Coisas que só conseguimos fazer ao final do evento, com um certo recuo.
Se tivesse que dar um título para o SXSW2022, eu arriscaria: “Nossa responsabilidade com relação ao futuro”. Esse é o fio condutor do que vimos e ouvimos em boa parte das apresentações e debates desse ano. Criamos nossos próprios problemas e as suas soluções, portanto, estão em nós também. Mas, afinal, será que estamos prontos para o futuro?
O biólogo americano, Edward Osborne Wilson, diz que nós humanos evoluímos como uma quimera (aquela criatura mitológica com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente). Avançamos de uma era para a outra, sem nunca deixar por completo a fase anterior. Ainda segundo o cientista, é por isso que somos essa mistura complicada de emoções que remetem ao paleolítico, com instituições medievais e, mais recentemente, tecnologias que parecem nos dar poderes de deus. Isso tem implicações profundas uma vez que, ao se deparar com temas como o metaverso, por exemplo, nossos modelos mentais pouco evoluíram para lidar com isso. Na jornada da responsabilidade que mencionei acima, o primeiro passo é termos consciência da quimera que somos para, quem sabe, conseguirmos evoluir e nos transformar.
NOTA SOBRE OS EVENTOS DO FUTURO
As experiências virtuais no VR Chat foram um evento à parte nessa edição do SXSD. Os participantes conseguiam transitar entre a experiência online e eventos presenciais em jornadas distintas. As palestras, experiências e filmes exibidos em Realidade Virtual (RV) ficaram restritas a esse universo. Não foram transmitidos em nenhum outro lugar, criando uma experiência exclusivamente online, podendo ser acessada nos stands com Oculus Quests disponíveis no evento. Já para quem não tinha a facilidade dos stands, acessar a experiência de RV mostrou-se um verdadeiro desafio. Fica claro desde já que um bom “onboarding” será decisivo para os eventos do futuro.
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