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Onze quilômetros entre o futuro e o passado em Austin

A velocidade da informação, a excitação dos novos empreendedores e a carência dos pacientes aparecem como propulsores de uma revolução necessária e iminente


5 de março de 2018 - 13h51

(Crédito: reprodução/Pexels)

Ano passado estive no SXSW pela primeira vez, acompanhando a excepcional programação de Health, que vem ganhando protagonismo ao longo dos anos na conferência. Inteligência artificial, VR, AR, Big data e o uso da tecnologia foram os destaques de uma revolução em movimento no mundo da saúde.

Por coincidência (ou não), quase no fim do evento precisei recorrer ao meu seguro viagem, depois de um acidente prosaico envolvendo uma bicicleta e que me custaria alguns pontos no queixo. Ou muito mais que isso.

Durante as apresentações, falamos muito sobre como o sistema de saúde atual parecia com os dias contados: caro, de difícil acesso, complicado e pouco eficiente. A velocidade da informação, a excitação dos novos empreendedores e a carência dos pacientes aparecem como propulsores de uma revolução necessária e iminente.

Pois bastaram onze quilômetros para me apresentar um quadro bem mais complexo: chamei um Lyft para me levar até um distante Centro Médico. O Lyft (um parente do Uber) custou mais do que um táxi, já que as taxas dinâmicas estavam nas alturas com a lotação da cidade. No centro médico, fui atendido com eficiência e frieza, e depois de quase 2 horas tive meu problema resolvido e uma conta de mais de mil dólares pra pagar.

Liguei pro meu seguro viagem. Falei com um atendente mal preparado, que não sabia como proceder. Liguei para a empresa que me vendeu o seguro, que me garantiu que não precisava pagar nada. A atendente do centro médico não acreditou muito e disse que precisava receber um fax (!!!!) da confirmação da autorização.

No final deu tudo certo: fizeram os pontos e não paguei nada. Mas fiquei pensando que ainda há uma distância gigante entre o que esperamos do tratamento de saúde e o que já temos disponível.

Estou indo novamente pra Austin em busca de construir essa ponte o mais rápido possível. Minha jornada é uma piada perto do que passam todos os dias pessoas em necessidade no Brasil e no mundo. Bora acelerar, Austin!

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