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Tecnologia e IA: vilões ou heróis?

Temos muito mais benefícios que preocupações, quando falamos de tecnologia


12 de março de 2018 - 13h37

A primeira palestra que eu assisti no SXSW 2018 foi do Tim O’Reilly (fundador e CEO da O’Reilly Media, Inc), com o título “Do More. Do Things That Were Previously Impossible”. Claro que o assunto de tecnologia continua forte no evento, assim como inteligência artificial. Esse ano, percebi uma atmosfera de questionamento do papel de ambos no futuro da humanidade. Serão heróis que vão nos habilitar a fazer coisas fantásticas ou viver melhor? Ou serão vilões que vão roubar os nossos empregos e colocar em risco a existência humana como conhecemos hoje?

Durante sua palestra, o posicionamento do Tim foi bem direto: a tecnologia vem melhorando drasticamente a condição humana. Alguns dados e fatos não deveriam ser surpresa mais chamam a atenção. Ao ver a evolução da expectativa de vida ao longo dos séculos, os aumentos significativos estão todos associados a eventos de tecnologia, começando com a revolução industrial. E isso não apenas em países desenvolvidos. Muitas pessoas já devem ter ouvido falar que existem experimentos de drones, levando pizzas ou produtos da Amazon. Muitos talvez não saibam que existem drones, levando medicamentos e comida para comunidades subdesenvolvidas da África.

Inteligência Artificial e suas implicações para a condição humana, sobretudo com a questão de empregos, vem sendo debatida exaustivamente em eventos, comunidades e até em mesas de bar. Um gráfico foi exibido mostrando que a Amazon, hoje em dia, usa 45.000 robôs em suas operações, mas a quantidade de empregos geradas no mesmo período foi mais de duas vezes maior. O ponto cego dessa discussão, na visão do Tim, é que as pessoas pensam que as empresas querem substituir seres humanos por máquinas para continuar fazendo a mesma coisa, mais barato e mais rápido talvez. O que acontece, principalmente com visionários como o Jeff Bezos liderando movimentos como esse, é que o business também é dinâmico. A utilização de robôs permite que a Amazon consiga ampliar seus negócios, avançar em outras indústrias, inovar e conectar pessoas e empresas em áreas inexploradas.

Eu concordo com o olhar do Tim O’Reilly e acho que temos muito mais benefícios que preocupações, quando falamos de tecnologia. O medo de que humanos vão perder espaços para máquinas é algo antigo e sempre fomos capazes de encontrar espaço em áreas de maior valor, expandindo horizontes e permitindo inovação. Contudo, no fundo do meu coração ainda tenho um grande medo, principalmente quando vejo a situação do Brasil. Será que educação não será um grande gargalo para nós? Será que a velocidade de inovação agora não vai deixar a nossa capacidade de formar pessoas para trás, gerando um grande gap de conhecimento e gerando desemprego com isso? Como editor de livros e ativo no mercado de educação sob demanda, talvez esse tenha sido o ponto da apresentação o tempo todo.

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