O que mais foi falado no SXSW 2018
A indústria da propaganda já era, e vai passar momentos ainda mais turbulentos no futuro
A indústria da propaganda já era, e vai passar momentos ainda mais turbulentos no futuro
20 de março de 2018 - 12h51
A experiência de uma semana no evento revelou muitas coisas. Mais do que descobrir novidades, ajudou a confirmar e consolidar algumas várias premissas que tínhamos na Purple. A indústria da propaganda já era, e vai passar momentos ainda mais turbulentos no futuro. Ninguém mais quer ter a sensação de uma marca vendendo para tomar seu dinheiro e lucrar.
O mundo não vai deixar de consumir, mas as pessoas serão cada vez mais seletivas, na busca de quais empresas são honestas, verdadeiras e se preocupam com elas e com o mundo, e não mais se preocupar com a pilha de dinheiro que vão conseguir juntar tirando um pouco de cada um com apenas um discurso bonitinho ou com a tendência da moda. Não tem mais espaço para churumelas.
Dentro deste contexto tão forte foi possível elencar uma lista de coisas super importantes que apareceram demais entre as tracks e venues do festival, e principalmente das ruas de Austin.
– Crise de confiança
O mundo vive um período generalizado de desconfiança. As pessoas têm cada vez mais receios de grande corporações, de empresas sem propósito, que no final do dia não justifica porque alguém deve dar um centavo para ela. A marca Patagonia foi citada em várias palestras como exemplo de marca com propósito.
– Máquinas que raciocinam
Da inteligência artificial básica para análises e respostas complexas dos computadores quânticos, a ajuda para pensar e potencializar os humanos estão aterrissando por todas as indústrias, inclusive para dar um boost na criatividade. Foram inúmeros exemplos que mostram os dados “tornando” as soluções ainda mais criativas e funcionais.
– Grana digital
Para mim este era um mundo paralelo, que estava ainda na marola. Caceta, que caldo tomei dessa onda! As criptomoedas estão com tudo e cada vez são mais discutidas, com infinitas aplicações, saindo do submundo para ganhar respeito com uso real. Há bancos e indústrias tacando muita lenha pra bombar este fogo.
– Propaganda e conteúdo
Realmente ninguém quer comprar mais nada. As pessoas não querem sentir que uma marca está empurrando um produto para elas. Querem propósito, com fatos e ações concretas na essência. Por isso o conteúdo vem ganhando muita prioridade, assumindo o papel de contar as histórias do que a marca faz, apoia e acredita.
– Baixem as revoluções
No meio de toda essa revolução tecnológica e comportamental está o ser humano, aquele que erra, fica feliz, fica triste e até chora sem saber o motivo. E valorizar estas qualidades e imperfeições mais do que tendência é necessário para manter a sanidade do mundo, o mindfulness, a conexão corpo e mente e a busca por uma vida com menos bens materiais, e mais experiências reais e verdadeiras.
Passando a régua no final, o SXSW foi incrível. Ele é muito maior do que as palestras e keynotes de novidades. Sua essência tem base na música, nas artes, no encontro de quem valoriza o novo e o diferente. Se eu puder te dar uma dica corra para não perder mais nenhum, pois do jeito como ele vem ficando famoso e atraindo muita gente, buscando a salvação do “next big thing”, tem ficado extremamente comercial, correndo o risco de perder o propósito num futuro bem próximo.
Se vier cuide para manter a vibe criativa e inovadora dele acima de tudo para o SXSW continuar um ponto de encontro de desajustados inovadores do mundo todo, com um propósito “true” muito maior que a grana.
See you.
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