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Narrativas guiadas pelo comportamento humano, e vice-versa.

Passamos mais tempo consumindo conteúdo em nossos celulares do que na TV. Devemos investir em produções de formatos curtos o mesmo valor que nas produções de TV


10 de março de 2019 - 12h25

Cena de episódio de West World (Crédito: reprodução)

No primeiro dia de SXSW consegui assistir à três apresentações. A primeira sobre novas formas de storytelling focadas em consumo mobile, apresentada pelo fundador e pela CEO da plataforma Quibi, a segunda sobre sete tendências que vão mudar nosso futuro, do autor e curador Rohit Bhargava, e por último os fundadores da agência Giant Spoon apresentaram cases de marketing de experiência.

Em um primeiro olhar parecem temas que habitam universos distintos, mas uma característica todos têm em comum: trataram de como narrativas estão sendo guiadas pelo comportamento humano e como, por outro lado, são as narrativas que ditam como vamos nos comportar.

Explico: No caso dos representantes da Quibi, eles defendem que as produções audiovisuais para mobile devem unir o melhor de Hollywood com o melhor do Silicon Valley. Já que passamos mais tempo consumindo conteúdo em nossos celulares do que na TV, devemos investir em produções de formatos curtos, 7 a 10 minutos, o mesmo valor (por minuto produzido) que nas produções de TV. Só assim estaremos explorando todo o potencial da atual audiência.

O comportamento de consumo de mídia no celular é que deve ditar o investimento nas produções para esse tipo de device. Foi assim que a HBO conseguiu elevar o nível da TV paga nos anos 1990.

Já Rohit Bhargava apresentou sua curadoria de tendências. Todas partiam de seu método de analisar o comportamento e a psicologia das pessoas de hoje em dia. O que é tendência hoje, é o que está alinhado com o que desejamos, sentimos e valorizamos. Mais uma vez, comportamento humano ditando as regras do negócio: desde nostalgia futurista, passando por questionamentos da masculinidade, até empatia por robôs.

E pra finalizar, os fundadores da Giant Spoon defenderam que em todas as suas estratégias de experiência o pensamento inicial é: “o que queremos que as pessoas sintam?”. Esse insight vai guiar toda  a criação de como as pessoas serão mergulhadas em experiências a ponto de esquecerem quem são de verdade.

É deles, por exemplo, o case da ativação de West World no SXSW do ano passado, onde o público podia viver em uma vila do velho-oeste, assim como na série. Narrativas que fazem as pessoas sentirem algo é um grande guia para qualquer tipo de conteúdo, de uma foto à uma vila inteira.

O SXSW está guiando meu comportamento, ou sou eu que estou ditando as regras do que devo assistir? Já não sei mais.

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