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Máquinas criam obras equivalentes as de Shakespeare?

Felizmente parece haver consenso entre os especialistas do SXSW que IA não vai substituir o talento dos grandes artistas


11 de março de 2019 - 19h37

(Crédito: Ian Williams/Unsplash)

Em teoria, se você deixar um grupo de macacos batucando aleatória e indefinidamente o teclado do computador, pode ser que um dia dali surja algo semelhante à obra do bardo.

Mas o que faz de Shakespeare o maior autor de todos os tempos é sua universalidade e o fato de que sua obra captura e registra a essência da experiência humana.

O clássico “A Angústia da Influência”, do professor Harold Bloom, descreve como os autores do alto modernismo e todos os que vieram depois são influenciados – e oprimidos – pelo esgotamento das possibilidades artísticas depois de Shakespeare.

Mas agora, então, começa a se discutir a sério o fato de que a inteligência artificial é capaz de produzir arte. Será mesmo?

Este foi o assunto principal da sessão IA e o Futuro do Storytelling, no SXSW. Douglas Eck, pesquisador do Google Brain, apresentou o projeto Magenta e deu play num andamento musical criado artificialmente (!).

Lance Weiler, fundador do Digital Storytelling Lab mostrou, duzentos anos depois de Mary Shelley, o seu “Frankenstein IA,” recriação do clássico literário powered by inteligência artificial.

Charles Melcher, fundador e CEO do Future of Storytelling, falou sobre como as GANs (Generative Adversarial Networks) criam artes visuais – tem gente que já pagou mais de 400 mil dólares por uma peça. Surge um novo gênero, o ganismo.

E se você pudesse conversar com um pessoa amada que já passou desta para a melhor? É muito Black Mirror? Heather Smith, CEO do Storyfile, disse que é possível ensinar a máquina a reproduzir conversas e interações artificialmente.

Estamos começando a entender o potencial da inteligência artificial como ferramenta para a criação artística. Felizmente parece haver consenso entre os especialistas do SXSW que IA não vai substituir o talento dos grandes artistas – o que, aliás, não faria sentido algum.

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