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No SXSW 2019, um mergulho para dentro de nós mesmos

O evento começa com provocações por todos os lados e acho irônico e belo que num centro de inovação como Austin, antes de qualquer coisa, sejamos instigados a primeiro olhar para dentro de nós mesmos


11 de março de 2019 - 12h45

O SXSW é o epicentro de tudo que está acontecendo no mundo do entretenimento e  da criatividade, mas o que mais ouço nas palestras é que para sermos criativos temos que olhar primeiro para dentro e para os nossos relacionamentos. No primeiro dia, assisti a duas palestras de arrepiar de Brené Brown, pesquisadora especializada em temas como vulnerabilidade, coragem e empatia da Universidade de Huston, e Esther Perel, psicoterapeuta belga que dedicou sua carreira a estudar relacionamentos.
Brené demonstrou como vivemos em um mundo conectado e ao mesmo tempo nos sentimos mais sozinhos. Ela provocou a plateia: “Quem aqui se sente sozinho?” Um mar de pessoas levantou as mãos. Provocou de novo ao dizer que vivemos num mundo onde a forma como nos sentimos é muito mais importante que os fatos. E que está cada vez mais comum ouvirmos: “Se você não está do nosso lado, você não é nosso amigo.” Ela amarra o assunto falando que temos que nos unir como sociedade e estourar a bolha da solidão.
Ao abrir sua palestra, Esther fez um convite à reflexão com a frase “Relacionamento é tudo”. Ela reforçou que “a qualidade dos relacionamentos no trabalho impactam na qualidade dos nossos resultados”. Ela provocou a plateia ao perguntar “Você já se omitiu de falar que errou ou não saber um assunto?”,  de forma a expor como somos imperfeitos, mas temos vergonha de assumir isso. “Para mudar o outro, você deve mudar a si mesmo”, disse a pesquisadora, para concluir. A plateia questionou a frase, que é quase um cliché de sessões de terapia. “Não é cliché se ninguém faz o que a frase manda”, rebateu.
O SXSW começa com provocações por todos os lados e acho irônico e belo que num centro de inovação como Austin, antes de qualquer coisa, sejamos instigados a primeiro olhar para dentro de nós mesmos para entender nossa relação com o próximo. Depois de cumprir essa missão, aí sim podemos começar a falar sobre criatividade.
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