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O mais inclusivo dos festivais

Temas sociais passam por todas as trilhas, temas e conferências e levam à reflexão para um muito melhor futuro


12 de março de 2019 - 17h17

Conhecido por antecipar tendências, tecnologias e comportamentos que só vão ser mainstream em pelo menos cinco anos, o SXSW 2019 está o mais social e inclusivo dos festivais até hoje. É impossível não notar a presença de temas como representatividade de gêneros, responsabilidade corporativa, igualdade, empatia e por ai vai. Como de fato é um antecipador de comportamentos, é extremamente positivo que todos esses assuntos sejam colocados em pauta e extremamente debatidos.

(Crédito: Mihai Surdu/Unsplash)

Parece uma ativação exponencial do consciente coletivo de todos para buscar um mundo melhor num futuro próximo. Até mesmo o excesso de tecnologia ou ferramentas que provocam adição e isolamento estão sendo bastante questionadas. Brené Brown, pesquisadora especializada em temas como vulnerabilidade, coragem e empatia da Universidade de Huston, levantou a questão de vivermos em um mundo conectado e ao mesmo tempo estarmos sozinhos. “Quem aqui se sente sozinho?”, perguntou para a plateia, que se solidarizou prontamente.

“Relacionamento é tudo”, afirmou Esther Perel, psicoterapeuta belga que dedicou sua carreira a estudar relacionamentos. Para ela, a qualidade dos relacionamentos no trabalho impactam a qualidade dos nossos resultados. “Você já se omitiu de falar que errou ou não saber sobre um tema?”, questionou a plateia sobre o fato de poucos admitirem suas imperfeições por vergonha. “Para mudar o outro, você deve mudar a si mesmo”, disse a pesquisadora.

Mudar a forma de pensar, de agir, de consumir é o que vai construir o legado de cada um, afirma Zoe Saldana, atriz atriz de Vingadores das Galáxias, que decidiu empreender no mercado social. Ela lançou recentemente a plataforma Bese (pronuncia-se Bee-Seh) para mudar a forma e a narrativa das histórias dos latinos com conexão com as grandes redes como Facebook e Twitter.

“Legado é uma proposta de vida. Não se faz do dia para a noite”, afirmou Zoe. E por isso ela quis fazer a plataforma: “Precisamos encontrar perfis inspiradores e positivos que vão ajudar a construir um futuro diferente. Como vamos mudar a narrativa dos fatos?”, questionou.

Definitivamente, o movimento #MeToo foi o que deu voz a todas as mudanças comportamentais que vivemos hoje e ajudou a mudar muitas narrativas sociais. Ninguém mais aceita ficar calado e todos têm voz para falar. O empoderamento feminino, como equivalência salarial, sem assédio moral e sexual e o fim dos feminicídios são algumas reflexões durante todo o evento.

E a representatividade feminina nas corporações também é uma grande questão. Uma pesquisa do LinkedIn indica que entre 2008 e 2016 o número de mulheres que ocupam cargos de liderança no setor de tecnologia aumentou 18%. Jim Bankoff, presidente da Vox Media, vai além: “Não se trata apenas de contratar uma cota de mulheres é a hora de pensar em retenção de talentos”.

Ecologicamente correta e preocupada com seus funcionários, a Starbucks trabalha nessas bandeiras há muito tempo. Howard Schultz, fundador, ex-CEO e presidente do conselho da empresa, acredita que a empresas precisam balancear melhor lucro e retorno ao acionista e humanidade, e impacto nas comunidades em que atuam. Para ele, o segredo de sucesso está na cultura corporativa e como engajar os colaboradores. Foi a primeira empresa nos Estados Unidos a dar participação nos lucros a empregados temporários, por exemplo.

Até mesmo as ativações estão sociais. Vale olhar toda a Trade Expo e as experiências externas para sentir isso: invenções para melhor qualidade de vida, como gerar e trabalhar com empatia, por exemplo. Tudo o que leva a reflexão para um futuro melhor.

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