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Ver menos para ver a si mesmo

O FOMO prejudica a forma como aproveitamos e agimos no festival


12 de março de 2019 - 19h32

(Crédito: Jose Martin Ramirez/Unsplash)

Se tem uma coisa que eu gosto é de ter a visão do todo. Sempre busquei que esse fosse meu maior diferencial. Minha carreira inteira foi de analista de Business Intelligence, mas sinceramente sempre me achei mediano. Na verdade, meu diferencial era ver a visão do todo e conseguir organizar um mundo de fragmentos de informação na minha cabeça.

Agora, aqui no SXSW o FOMO me dominou e não há capacidade de organizar fragmentos de informação que me deixem mais tranquilo com a quantidade de coisa que vou perder, por ser humanamente impossível acompanhar.

Uma sugestão que estou seguindo é simplesmente ir pela minha intuição e capturar o máximo de fragmentos possíveis. Mas às vezes, não ver nada é mais interessante que ver tudo.

FOMOs a parte, não precisamos estar sempre ativos e atentos. Simplesmente parar e prestar atenção em si mesmo pode ser mais útil.

Diariamente somos inundados de assuntos e temas e aqui em Austin, e a coisa fica ainda mais paranoica enquanto se caminha pela cidade. Pude ver gente se acotovelando e filas monumentais de pessoas que saíam de um encontro extremamente denso e ia para outro tão denso quanto, sem jamais olhar para si mesmo e assimilar tudo aquilo.

Leonardo Da Vinci falou algo como “Não deve ser difícil a você parar algumas vezes para olhar as manchas de uma parede, ou as cinzas de uma fogueira, ou as nuvens, a lama e vai encontrar ideias verdadeiramente maravilhosas”. A livre associação pode ser mais nossa amiga do que um debate acalorado sobre o futuro da tecnologia, da política ou da humanidade. Ou ainda tudo isso junto.

Ver e ser inundando por opiniões, temas e desafios acadêmicos podem ser desafiadores e mágicos, mas às vezes tudo que precisamos é estar com nós mesmos.

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