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O que o varejo pode aprender com quem não é do varejo?

Na área de vendas, quando estamos a todo momento fazendo análises binárias é preciso achar espaço para testar, avaliar e aprender


14 de março de 2019 - 13h39

 

(crédito: reprodução)

Todo dia, quando chegamos SXSW, ouvimos os curadores dizendo que “a mágica do evento acontece quando você assiste palestras que estão fora do seu escopo de trabalho e conhecimento”. Pois bem, fui em três palestras diferentes do mundo de varejo para ver o que poderia aprender com outras indústrias ou segmentos.

Na palestra do diretor criativo da Marvel, Joe Quesada, ele falou que é preciso ter um terreno para testes e experimentações quando se está criando. Os quadrinhos oferecem essa vantagem, pois com custo baixo a Marvel pode inserir, mudar ou até “matar” um personagem para entender a reação do público.

Na área de vendas, quando estamos a todo momento fazendo análises binárias do tipo “vendeu ou não vendeu” ou “a campanha deu retorno ou não”, é preciso achar espaço para testar, avaliar e aprender. Levo dessa palestra a motivação para sempre buscar ter uma “área de quadrinhos”, ou seja, um ambiente de testes de baixo custo e rápida medição, onde errar é uma fonte de aprendizados.

O escritor e palestrante Neil Pasricha provocou a audiência em sua sessão ao falar sobre confiança e sobre como vivemos em um mundo de opções infinitas. Com a Internet, podemos achar infinitas músicas, séries, eventos e conteúdos, mas passamos a nos perguntar “Por onde eu começo?”. Por isso, diz Pasricha, a curadoria virou um recurso muito mais poderoso do que uma página de internet sem fim.

Ao refletir sobre a realidade do varejo, essa premissa fica evidente. Quando vamos comprar um produto, temos a tarefa imensa de navegar por páginas e páginas de modelos, tipos e especificações técnicas até achar o computador ideal. Contudo, segundo Pasricha, a confiança nas marcas aumenta quando elas transformam esse mundo de opcões infinito em algo finito. Por que não mostrar o produto certo para aquela pessoa?

Por fim, a antropóloga Gigi Taylor trouxe um olhar científico sobre a relação das empresas com essa área do conhecimento. Segundo ela, algumas companhias têm antropólogos culturais em suas equipes para ajudar com insights sobre os consumidores, mas esses times nunca conversam com as equipes de mídia, o que transforma o esforço de trazer pontos de vista diferentes em algo inócuo.

O varejo já tem, atualmente, muita informação sobre o consumidor: é possível saber as páginas que ele percorreu em um site, o que já comprou no passado e seus gostos. Contudo, na hora de criar uma campanha publicitária, ainda é muito comum ouvir as equipes de marketing segmentarem esse público por algo como, “Ambos os Sexos de 18 a 45 anos”. Gigi comenta que as empresas que conseguirem entender além do consumidor binário, olhando mais atentamente para seu contexto, suas aspirações e a cultura na qual ele vive, terão vantagens em um mercado cada vez mais competitivo.

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