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A corrida pelo domínio da inteligência artificial

Evoluções em AI dependem de um ecossistema integrado que abrange talento, capacidade tecnológica, investimento, mercado potencial e suporte governamental


15 de março de 2019 - 12h49

 

(crédito: reprodução)

Inteligência Artificial foi um dos temas mais debatidos no SXSW 2019. Foram abordados os impactos do AI na humanidade, as aplicações em diversas indústrias (de música à saúde), a privacidade e regulação de dados e as evoluções das empresas e países em relação ao tema. Ao participar de diversas sessões, uma conclusão ficou óbvia para mim: a China é sem dúvida o país mais avançado no tema.

Evoluções em AI dependem de um ecossistema integrado que abrange talento, capacidade tecnológica, investimento, mercado potencial e suporte governamental. Acreditem: eles já estão avançados em todos os pontos.

Dados por exemplo, as empresas chinesas tem a possibilidade de capturar mais dados privados que as empresas ocidentais. Isso acontece pelo fato de não existir uma regulação específica para privacidade, somado à alta disponibilidade dos usuários em fornecer informações pessoais em troca de conveniência. Foi dito que em 2020 a China será responsável por 20% dos dados totais produzidos no mundo.

O governo também exerce um papel fundamental de suporte ao desenvolvimento da tecnologia em AI, através de recursos financeiros e políticas públicas. Incentivos foram criados para atrair start-ups a sediar seus negócios no país. Além disso, um plano de desenvolvimento com políticas públicas e direcionamentos foi criado para todos os níveis: país, cidades e distritos. A prioridade de investimento são as cidades inteligentes e carros autônomos. O governo está inclusive criando uma cidade perto de Beijing, do tamanho de Chicago, para testar novas tecnologias.

Principais empresas têm acelerado o investimento em novas tecnologias. Enquanto as empresas americanas vêm desenvolvendo um único sistema de inteligência artificial (a Siri da Apple, a Alexa da Amazon, o assistente do Google), a Tencent, dona do WeChat, desenvolveu dois sistemas de voz, com times independente competindo entre si. O objetivo é testar e entender com os usuários o de melhor performance num menor espaço de tempo.

Sabemos que uma das coisas que os chineses mais sabem fazer é copiar as inovações ocidentais. Foram décadas de prática. O WeChat nasceu como uma cópia do WhatsApp. O que mudou agora é que eles adquiriam a capacidade de transformá-las em melhores soluções. Hoje, o WeChat é o maior ecossistema digital com 1 bilhão de usuários no mundo, apenas alguns milhões a menos que o Facebook.

Para mim, é muito interessante acompanhar esta corrida histórica. Mas, ainda mais interessante, é perceber a China veio ao SXSW com uma estratégia clara e agressiva para conquistar os profissionais do mundo ocidental para ajudá-los a ganhar.

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