Meio&Mensagem

15 de março de 2019 - 8h00

(Crédito: Markus Spiske/Pexels)

Esta semana, a invenção de Tim Berners-Lee completou 30 anos. Uma das criações mais revolucionárias da história, sem dúvida, é a internet. Porém, um dos pontos de vista discutidos aqui é a necessidade que ela tem de se reestruturar, especialmente pela necessidade de preservar a privacidade das pessoas.

Precisamos evitar que a teoria sobre distopias, de George Orwell, vire uma realidade sem volta. John Bruce, CEO da Inrupt. Inc e sócio de Tim Berners-Lee, falou sobre a descentralização da internet e como nossos dados deveriam ser gerenciados e armazenados. A premissa é que atualmente os nossos dados estão espalhados por aí, por exemplo, o Facebook, a Amazon e o Google têm outros tantos outros e por aí vai – fato que sabemos.

O ponto é que os meus dados deveriam ser meus, exclusivamente individuais. Deveriam ser armazenados e gerenciados apenas por mim. Eu deveria ter um servidor próprio, eventualmente provido pelo governo, como um direito universal de cada cidadão, algo que deveria ser um adendo à Constituição.

Se eu tivesse o meu próprio servidor com os meus preciosos dados, abriria para as companhias privadas, apenas o que gostaria e pelo período em que achasse correto. Por exemplo, eu estou em casa e quero pedir um Uber, para isso, o Google precisa ter dados sobre minha localização atual, eu libero esse dado para que um carro consiga chegar até mim e isso ocorreria em apenas alguns minutos, após suprir essa necessidade, o Google seria obrigado a apagar, esquecer de vez o endereço da minha casa.

Dessa forma, o dado volta são e salvo para o meu servidor próprio, um servidor único, direito humano universal. Os governos teriam que colocar esse tipo de discussão na pauta e, esse momento de GDPRs da vida, é mais que favorável a isso. O problema é saber se os gigantes da tecnologia também acham isso uma boa ideia.