SXSW: Disneylândia de palestras
Mais do que apenas um norte com relação à inovação. É destino certo, sem escalas e de primeira classe
Mais do que apenas um norte com relação à inovação. É destino certo, sem escalas e de primeira classe
18 de março de 2019 - 11h08
Já dizia Albert Einstein, uma vez que sua mente se expande, ela nunca mais retorna ao seu estado anterior. Funciona com sabores, cheiros, sons, com todo tipo de experiência e conhecimento.
É nessa supernova sensorial que se encontra o SXSW. Um lugar no qual um só cano multiverso te leva a um show da Joan Jett, um sushi impresso 3D e um livro psicodélico.
Ao apostar nesta roleta de painéis, palestras e shows, o resultado é sempre sorte, pois aquilo com o que você nunca se conectaria, de repente, te pega de surpresa e te deixa refletindo pelos próximos dias.
Nesta Disneylândia de palestras onde você troca de canal com o seu corpo, aquele documentário que você não assistiria na TV, lá acontece ao vivo e é transformador. Mais do que apenas um norte com relação à inovação. É destino certo, sem escalas e de primeira classe.
Me refiro à inovação na forma mais ampla do termo, como intersecção de empreendedorismo e criatividade e um bom roteiro chamado metodologia pra colocar de pé.
Para facilitar a compreensão, dividi o festival basicamente em três grandes temas: Já é, Quase lá e Será?.
O “Já é”, já era. Não tem volta. Se consolidou e não vamos mais conseguir viver sem. Em geral, tem a ver com temas apresentados nos SXSW de cinco anos atrás. Dentre os macro-temas, temos a inteligência artificial dando maior capacidades aos humanos e mobilidade com o propósito de levar coisas e pessoas do ponto A ao ponto B em segurança. Assim como em algumas cidades brasileiras, Austin fora tomada por patinetes, bicicletas elétricas, tuk-tuk, skates, Ubers e etc. Carros voadores, por enquanto, só nas palestras.
O “Quase lá” é o que vem se formatando nesses últimos cinco anos e que parece ser inevitável não se tornar comum ao nosso dia a dia. Estamos falando de Blockchain e suas infinitas possibilidades, a voz das ditas minorias neste mundo ainda pouco inclusivo e do CRISPR, que vai revolucionar tudo aquilo que tem DNA. Já imaginou seu DNA metabolizar o fator que faz a gente engordar? Ou o mosquito que não passa dengue ou malária? Então, vai rolar.
E por fim o “Será?”, este lugar imaginário onde a vontade e a dúvida coexistem. É o caso de como lidaremos com a privacidade. Um desses assuntos é o caso do Solid, incrível projeto do Tim Berners Lee, que de forma muito inteligente, propõem uma forma de devolver o controle dos dados para seus proprietários.
O Festival não trata de verdades, trata de incertezas. É o local onde se iniciam as conversas e jamais onde elas se fecham. Como bem pontuou a congressista OC, se você quer mudar, então concorra ao cargo. Se você tem medo, então use a seu favor e transforme em coragem.
O mais legal é que todos esses temas se recombinam entre si. O que Já é, Será. O Quase lá, Já é ou que Será tá Quase lá.
Voltar com mais dúvidas do que certezas parece ser a grande brincadeira. Se queremos mudar o mundo, devemos ter em mente que só empreendedorismo nos levaria a montar uma fábrica de vassouras. E que só criatividade nos faria contar que vassouras podem voar. Nossa coragem e valor está na intersecção das duas coisas. Isso sim é inovação.
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