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SXSW 2021: buscando respostas de um novo jeito

A proposta é aprender, em qualquer formato


12 de março de 2021 - 13h21

(Crédito: Getty Images)

Fui ao SXSW pela primeira vez em 2014. Ainda havia poucos brasileiros, a maioria criativos do mundo das produções. Eventualmente um ou outro de agência e poucos anunciantes.

A experiência foi um divisor de águas. Nunca tinha sido exposta a tantas ideias, disrupção, pensamentos sobre novos rumos para o mundo e para os negócios. Tive a oportunidade de entrar numa sala de bate papo com um dos fundadores do Airbnb, àquela época um unicórnio e, hoje, um hectocórnio, que vale mais de US$ 100 bi — e isso não faz nem uma década!

Em outra sala, com pesquisadores da CIA, ouvi como os hackers poderiam controlar tudo em uma casa através da babá eletrônica, das fechaduras digitais e nem tínhamos a Alexa no mercado ou espalhada por todas as casas. Vi Nir Eyal contando como produtos digitais eram construídos pensando em formação de hábito e, hoje, há uma grande discussão de como nos tornamos viciados nas redes sociais e se isso deveria ser assim, by design. Entrei em pitches de startups, conferências de VCs… Não foi só mind opening. Foi mind blowing!!

Tudo aquilo me abriu para um mundo novo, que talvez não estivesse vendo sentada na minha cadeira de diretora de marketing na P&G. Algumas destas coisas mudaram meu jeito de pensar construção de marca, transformei o jeito que olhávamos para o digital na P&G integrando a jornada do consumidor de cabo a rabo; na J&J converti uma marca tradicional como a Sempre Livre em 100% digital, recuperando a conexão com a consumidora e fazendo um turn around do negócio.

Mas a decisão mais significativa em direção ao que vi em Austin, naquele longínquo março, foi definitivamente pivotar minha carreira e vir a ocupar a cadeira de VP de marketing numa startup. Em julho de 2019 cheguei na unico, a maior IDTech do Brasil, para aprender com essa cultura empreendedora e ajudar a escalar o negócio. Por isso fazia muito sentido revisitar aquele mundo do SXSW agora que eu estava deste lado do mundo tech.

Só que, dessa vez, eu decidi buscar ajuda para não me perder na infinidade de assuntos. Me juntei ao grupo da Oxygen, liderado pela super curadora Andrea Janér, e pedi a ela que me ajudasse a não perder os grandes nomes, mas que me indicasse e me colocasse à frente de discussões como privacidade, cultura, diversidade, identidade, além de assuntos que pudessem não ser relacionados ao meu negócio, mas que me ajudariam a entender o mundo.

A empolgação era enorme!

Até que veio a Covid-19. Ela bateu às portas do Ocidente às vésperas do festival. SXSW 2020 foi cancelado. Ainda numa tentativa de não perder a inspiração, junto de um grupo de mulheres que iam ao SXSW e que já tinham se reunido para trocar dicas e tendências do que ver, nos reunimos na sede da unico para mostrar essas tendências umas às outras. Foi o SXSP. No dia anterior ao lockdown e à chegada “oficial” da pandemia em SP.

De lá para cá, o mundo mudou completamente.

As SHEs, como a gente denomina esse grupo, entretanto, nunca pararam de trocar e inspirar umas às outras. O grupo foi crescendo com mulheres inovadoras e inspiradoras e talvez seja o melhor legado do SXSW 2020 que não aconteceu.

E é com elas que vou me inspirar para esse SXSW 2021 totalmente virtual. Confesso que a disciplina para fazer isso e encaixar na agenda é incrivelmente desafiadora! Não será fácil porque todo o resto (office e home) continuará. Mas a energia para aprender e entender o mundo que vem desse grupo me inspirou a me conectar, mesmo que remotamente. Começaremos nesta sexta, ouvindo uma curadoria preparada por algumas dessas mulheres incríveis.

Muita coisa mudou no mundo acelerado pela pandemia e pelo isolamento. As desigualdades sociais foram escancaradas; houve a aceleração não só dos negócios digitais, mas da sociedade digital; ficamos mais conectados e ao mesmo tempo mais desconectados; a ciência ganhou outro valor; enfim, são tantos temas que ganharam novos contornos! Espero achar no SXSW mais inspiração e novos caminhos. E vamos à nova realidade, sem margaritas e corre corre entre as venues de Austin, mas com headset plugado, bloco de notas preparado e mente aberta para aprender.

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