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Qual é o poder da voz em transformar a presença online?

Tratado como impressão digital, o som assume o papel de propagar mensagens autênticas e estabelecer vínculos genuínos

Victória Navarro
19 de março de 2021 - 12h17

Em julho de 2020, a ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, lançou-se no universo de podcasts. No primeiro episódio, o casal relembrou o passado e refletiu sobre problemas familiares. A entrada da advogada e escritora norte-americana marca uma nova fase na indústria do áudio, que, a cada dia, tem ganhado mais protagonismo entre os desenvolvedores de plataformas, marcas e diversas outros mercados. Neste ano, as pessoas, ainda, passaram a usar o Clubhouse. O aplicativo é uma espécie de podcast ao vivo, em que moderadores podem permitir usuários ouvintes a contribuírem para o debate. Quando os textos são pequenos e os vídeos longos, as vozes são capazes de propagar a mensagem para qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer hora.

Nesta sexta-feira, 19, no South by Southwest (SXSW), Deborah Pardes, vice-presidente de histórias e vozes da Swell, explorou a capacidade da voz para estabelecer comunicações, inclusive em redes sociais. A startup de São Francisco está à frente de um aplicativo focado em conversas via áudio. A plataforma permite que usuários postam um arquivo de voz com até cinco minutos e, então, recebam respostas, também por meio de som.

Deborah Pardes, vice-presidente de histórias e vozes da Swell (crédito: reprodução/SXSW)

Segundo Deborah, a voz humana é capaz de transformar a presença online. “A voz é um recurso velho. Então, por que estamos falando sobre isso? O beijo é um instinto. Quando o beijo é bom, nós nunca o esquecemos. As vozes são como beijos. Nós nunca esquecemos. São nossas marcas digitais. E, como tirar vantagem da nossa voz no ambiente digital?”, disse. A profissional compilou formas como a eleva a comunicação. Confira:

Emoji versus emoção
“Os emojis vieram para nos ajudar a expressar o que sentimos. A tecnologia impacta tão fortemente como nos comunicamos que tem feito a gente se importar menos em criar conexões significativas e mais com conteúdo genéricos, capazes de gerar mais visualizações, mais cliques e a levar em consideração mais emojis. Aqui, a voz é mais importante. Como os emojis podem, realmente, capitar o que sentimos? Não podem. A voz é capaz de expressar o que, de fato, estamos sentindo. É por meio da voz que, de fato, entendemos a emoção.”

O meh dos memes
“Quando falamos de memes reproduzindo pensamentos reais, não há dúvidas de que o gato é fofo. Compartilhar um gato ou um bebê dançando tem o seu valor. Mas, nós somos o que compartilhamos. E, então, essa é a nova fronteira. Para ser mais original, assumir riscos e compartilhar mais dos nossos pensamentos, às vezes, os memes, no final do dia, vão para a pasta de lixo. De fato, os nossos momentos íntimos podem já ter sido experimentados por milhares de outras pessoas. Mas, por meio de outras perspectivas, os momentos podem ser felizes, lindos, frustrantes. O background dos memes é storytelling. E, storytelling é sobre a nossa voz, os seus pensamentos pessoais. E, quando outras vozes se juntam a sua voz, a sua ideia pode crescer em diversas direções.”

A profundidade de ouvir
“Para entender o papel da voz, é preciso ouvir de verdade a sua própria voz. O podcast prova isso. A respiração e a pausa nos ajudam a ouvir o que não está sendo dito, as entrelinhas. Isso é o tom da conversa, o que não é possível perceber pelo texto. O tom traz significado e nos permite ficar vulneráveis, quando compartilhamos nossas ideias.”

Autenticidade cria confiança
“Participar das redes sociais é declinar do ato de ouvir as pessoas de verdade. Parece que, às vezes, estamos na nossa própria bolha, entregando mensagens sem nos comunicar claramente. Quando você lê uma mensagem, você não está ouvindo. Então, a comunicação real perde-se. E, em algum momento, todos ficam cansados do que é falso. No mundo real, é muito mais fácil acreditar no que é dito. Por meio da voz, conseguimos captar a verdadeira intenção das pessoas.”

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