Dicas para quem vai ao SXSW pela primeira vez
O que eu gostaria que tivessem me contado antes de ir ao SXSW pela primeira vez?
O que eu gostaria que tivessem me contado antes de ir ao SXSW pela primeira vez?
6 de março de 2020 - 19h00
O número de brasileiros no maior festival de interatividade cresce ano após ano. E para você que está indo pela primeira vez para a capital do Texas, eu separei algumas dicas que eu gostaria de ter recebido.
Planejar as palestras talvez seja um dos maiores exercícios de fomo que todos passamos, mas não é sobre isso que eu vou escrever — já existe muita gente boa fazendo curadoria e, se você buscar, certamente vai encontrar algum conteúdo que te ajude–. Meu ponto aqui é sobre o propósito da viagem. Vai te ajudar muito se você voltar alguns passos e ajustar essa expectativa. Entender o que esperar do SXSW é um passo fundamental para sofrer menos com o volume de informação.
É claro que cada um tem seu próprio motivo para ir ao evento, mas se você está lendo essa matéria aqui, provavelmente é publicitário ou trabalha com comunicação. E, é exatamente por isso que você deveria fugir de tudo que pareça fazer sentido para o seu trabalho. Eu sei, soa estranho, mas você vai entender que faz sentido. O SXSW não é um lugar para você resolver melhor os briefings dos seus clientes, nem para você se desenvolver estrategicamente e se tornar um profissional de marketing melhor. Pelo menos não diretamente. Quem busca algum conhecimento mais técnico — e várias palestras tem nomes que te induzem esperar por isso — sempre se frustra. Isso acontece porque sobre propaganda você já sabe bastante. Não está ali o maior potencial do evento para você.
A beleza do SXSW é que ele serve para abrir a sua cabeça. Tudo que aparentemente não tem relação com seu trabalho pode te dar um insight muito valioso. Normalmente isso acontece depois de algum tempo que o evento acaba. Já no Brasil. Esse tempo de digestão e maturação é importante para que as histórias e projetos que vimos em Austin se transformem em inspirações e, então, você perceba um monte de coisa útil que só você conseguirá traduzir e aplicar no seu dia a dia. Por isso, vá sem “pré-conceitos”. Fuja de coisas que você acha que entende e busque conhecer apenas coisas novas, mesmo que elas não pareçam fazer sentido para você agora.
E para ajudar nessa jornada, minhas próximas sugestões são um pouco mais objetivas. Funcionaram nos últimos anos e imagino que em 2020 o evento siga a mesma lógica. Se o seu tempo é curto, dê prioridade para os primeiros cinco ou seis dias. Costumam ser os melhores conteúdos, com nomes de peso. Não compensa ficar os dez dias de evento e os últimos três dias costumam desacelerar.
Como eu disse, tem muita gente fazendo curadoria, mas ainda assim alguma decisão você vai precisar tomar. Quando chegar esse momento, lembre que os títulos e as descrições das apresentações são feitos para te atrair e, por isso, não são os melhores filtros. É muito frequente você entrar em uma apresentação e ser surpreendido por um conteúdo totalmente diferente do que constava nos textos. Para tentar evitar isso, dê mais peso para o keynote speaker do que para as outras informações na descrição da apresentação.
E para qualificar ainda mais o conteúdo, favoreça palestrantes solos. Como nesse formato tem apenas ele e a plateia, costumam se preparar para de fato apresentarem um conteúdo mais profundo. Na maioria dos casos — claro que isso está bem longe de ser uma regra –, os debates e painéis dependem muito da qualidade do mediador e muitos deles acabam ficando superficiais.
Fora isso, tente relaxar. Não vamos ver tudo que gostaríamos e cada um tem uma experiência única em Austin. Talvez por isso, o SXSW seja tão interessante.
Nos vemos lá.
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