Meio&Mensagem

15 de março de 2021 - 15h57

(crédito: austin360)

Há mais ou menos um ano, estava terminando o meu plano para debutar em um dos eventos mais esperados sobre cinema, música e tecnologia.

Apesar de avesso ao estilo empolguei, confesso que estava difícil disfarçar a ansiedade e deixar de surfar o hype.

Então, já que havia descido para o parquinho, abracei o evento assim como uma criança encantada em sua primeira excursão escolar.

Estava devorando todas as dicas (Santo Droopy!) e tentando decodificar a relação das pessoas com o evento.

Entre dicas como “Não perca tempo com palestra que começa ruim” e inúmeras auto declarações da quantidade de vezes que as pessoas já foram ao evento, já estava iniciando a minha humilde check list para a viagem:

– Convencer o chefe (✓). Obrigado Gabi!
– Passagens (✓).
– Hotel (✓).
– Badge (✓).
– Dóllar (sofrido, mas ✓).
– Programação (✓).

Só faltava fazer as malas quando de repente (mentira, não foi tão de repente assim), aquele vírus que causava uma grande tragédia em Wuhan, começava a dar sinais reais de uma pandemia global.

Mas o que é uma pandemia perto da empolgação para um grande evento, né?

O burburinho de que o evento seria cancelado começou a engrossar o caldo nos xptos grupos de Whatsapp e mesmo lutando contra a realidade, apenas quando Steve Adler decreta estado de calamidade em Austin que a grande ficha cai no meio da minha cara.

Mesmo abatido com o sentimento “logo na minha vez”, não tinha mais o que fazer a não ser cancelar tudo e tentar perder o menos possível do que foi investido.

Lembro que naquele momento se ventilava uma possibilidade de fazer o evento online no mesmo ano. Aquilo parecia inconcebível naquele momento para a maioria das pessoas.

É claro que não existe comparação com um evento presencial e que a organização do evento encontrou uma forma de compensar quem comprou os ingressos com um evento com físico além do online.

O ponto é que depois de um ano aqui estamos nós, celebrando um evento que há pouco as pessoas não queriam.

Cheguei a pensar que de tão esgotados e carentes, estamos é no modo “topando o que vier”, mas o fato é que o evento sobre inovação precisou se recriar por completo e o que vem por aí parece realmente empolgar.

Estou ansioso para as experiências de realidade aumenta através das imersões nos VR’s, nos keynotes (que dessa vez não serão gravados), na possibilidade de diminuir a ansiedade de ter que abrir mão de tanta coisa em um evento presencial e até nas trocas que devem rolar pelo Clubhouse.

Não sou maluco de menosprezar uma boquinha livre em boa companhia, mas se é pra ser tratado como conteúdo, troca e aprendizado esse SXSW promete.

Ainda mais em tempos em que parecemos estar infinitamente no dia da marmota.

Só resta saber se o SXSW vai conseguir competir com Galinha Pintadinha na disputa pela smartv.

Aí desculpa, empolguei.