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Journey to a better brain

O assunto é tão futurístico quanto seria dizer há dois anos que viveríamos numa distopia causada por um vírus


17 de março de 2021 - 15h23

A conferência foi conduzida pela Vivienne Ming, uma renomada neurocientista especializada em inteligência artificial. Ela fez um apanhado sobre as fases da disciplina, que tem poucas décadas de existência.

Tudo começou com tecnologias invasivas, como implantes auditivos e neuropróteses, cujo olhar sobre o corpo é quase mecânico. Algo como se ativarmos esse nervo criamos um determinado movimento. Obviamente, conectar isso ao comando do cérebro ainda é mágico, mas cada dia mais usual.

(Créditos: meo/pexels)

Outro momento foi o uso de Eletroencefalografia (para os íntimos EEGs), cujo monitoramento do cérebro tem nos permitido entender quais partes são responsáveis pela memória, pelo processamento da informação, pelo desejo, etc. Esses dados têm sido utilizados para aplicações que vão desde o tratamento de disfunções (Autismo, Parkinson, Alzheimer, etc.) até a melhora no potencial humano (aumento da capacidade cognitiva, rapidez de resposta, etc.). Neste caso, trouxe a discussão ética do Homo Deus do Yuval Harari, no qual corremos o risco de ter uma classe de milionários super-humanos, caso não venhamos a tornar esta tecnologia um Direito Humano.

Ainda como tecnologia invasiva, pontuou as pesquisas que buscam por implantes cerebrais para conexão direta à web. Aqui, novamente levantou a questão de quanto tempo deveríamos esperar para debater os limites da inovação. Assim como na internet, devemos aguardar que tudo esteja instalado e funcionando para daí começarmos a nos preocupar?

A pergunta se torna ainda mais enfática quando ela expõe a existência de tecnologias não-invasivas que servem tanto para uso medicinal (flashes de luzes numa determinada frequência para tratamento de Alzheimer) quanto para alteração do comportamento, em especial para o que está sendo chamado de Neuromarketing (aumento da propensão de compra). E os dados para tudo isso podem estar sendo coletados com o simples uso do seu celular.

O assunto é tão futurístico quanto seria dizer há dois anos que viveríamos numa distopia causada por um vírus.

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