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Algumas percepções e meia dúzia de chutes

Talvez ainda seja cedo para afirmar, mas tenho sentido que o viés humano será o grande destaque dessa edição


18 de março de 2021 - 13h30

Trailer Genius: Aretha Chain of Fools (Crédito: Reprodução)

Não me sigam, eu também estou perdido

Primeiro dia. 12h15. Depois de scrollar infinitamente pelas quase 250 opções de painéis, talks e novidades imperdíveis do amanhã, você tem que escolher uma opção. Mas calma: não será fácil. Afinal, por mais macaco velho que você seja, é impossível escapar do FOMO já na primeira armadilha. Sua shortlist terá pelo menos 10 opções. E aí acho que aqui cabe uma pequena crítica: por mais que todo conteúdo fique gravado, a programação inicial poderia estar um pouquinho mais diluída.

Eles são organizados. Caramba, como eles são organizados

Boa parte dos conteúdos foram pré-gravados, uma sacada simples e que facilitou infinitamente a vida de um time de tecnologia que tem como missão reunir o mundo a cada meia hora. Tudo começa no horário e a qualidade das conversas é boa igual. Com uma vantagem: em mais de 10 painéis eu ainda não vi ninguém repetindo os inevitáveis mantras “vocês me ouvem?”; “veem minha tela?”.

Menos blockchain, mais human chain

Talvez ainda seja cedo para afirmar, mas tenho sentido que o viés humano será o grande destaque dessa edição. A evolução nas relações com o trabalho, o nascimento de um novo futuro e as preocupações com o workplace ganharam um peso enorme na pauta do festival. Além disso, discussões urgentes e importantes sobre inclusão, diversidade e iniciativas antirracismo parecem estar em todos os lados.

Títulos brilhantes, papos nem tanto

Um clássico do SXSW. Quem nunca caminhou apressado por quadras e quadras para conseguir um lugar em uma palestra que prometia jogar luz sobre o paraíso? Faz sentido: é mais fácil pensar um título arrasa-quarteirão do que encher 60 minutos com brilhantismos. Os “títulos-brilhantes-para-papos-nem-tanto” tão on. O bom é que, sendo tudo online, você nem precisa levantar da cadeira para pular fora de uma roubada vestida para festa.

Genius: Aretha

Justo eu, que nunca tinha conseguido ver nada do Film Festival, encontrei aqui o ponto alto do primeiro dia. Um emocionadíssimo Sway Calloway percorreu os bastidores em papo delicioso com a atriz Cynthia Erivo e outros responsáveis pela série. Veja. Mas veja mesmo. Porque nada, em nenhum lugar do mundo, pode ser mais inspirador do que um grupo de pessoas apaixonadas realizando algo grandioso.

Pitaqueiro bom é pitaqueiro que dá o link do trailer.

Creativity Leads to Change

E se uma grande marca, daquelas cheias de policies e milhões de coisas grandes em jogo, resolvesse abandonar o quentinho da zona de conforto e firmar posição em um assunto importante para o mundo inteiro? Marc Pritchard, da P&G, parte do case #TalkAboutBias para conduzir uma conversa sobre o que grandes marcas podem fazer quando se dispõem a fazer coisas grandes. Imperdível.

SexTech: a cannabis dos próximos anos

Olha ela aqui! Epa, tem outra palestra ali também… Impressão minha ou tinha uma mulher do Hinge falando sobre dates? Devagarinho, o tema está chegando. Também, pudera: até 2026 a SexTech movimentará US$122 bilhões no mundo inteiro. Fora isso, os muitos meses de isolamento têm feito as buscas no Google por temas relacionados à sexualidade explodirem. São milhões de pessoas buscando respostas para questões de identidade, educação e relações sexuais. Quer entender mais sobre o assunto? Buscalá: “The Thrilling Potential of SexTech”.

Faltou o Harari, né?

Sim. Mas Harari, você sabe, não dá para falar sem uma noite de sono no meio. Até lá, fica com essa provocação, que ele soltou assim, como quem pergunta as horas: “As fake news são basicamente um business. E nós vivemos em uma era em que precisamos de ajuda contra as novas formas de manipulação. Uma espécie de anti-vírus para o cérebro”.

Enfim, Harari, né? Amanhã eu volto. Prometo.

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