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On the Road Again

Hoje foi um dia de inspiração, positividade e otimismo. E, convenhamos, tem coisa que precisamos mais do que isso?


18 de março de 2021 - 17h31

Willie Nelson (crédito: divulgação)

Willie Nelson, mais que um músico, um grande poeta e empreendedor, trouxe em poucas palavras conceitos gigantes. Em sua primeira aparição em um keynote do SXSW, o músico viajante inveterado, nos ensinou o poder do movimento como a forma mais próxima de ser livre. Também dividiu seu segredo em sempre estar bem, para cima e positivo: “Eu fumo muita maconha. Isso me evita de matar pessoas. Ou ser morto”. É um defensor da legalização da Cannabis com fortes argumentos de seu potencial medicinal e mesmo recreacional. Tem duas marcas baseadas na planta, a Willie’s Reserve e a Willie’s Remedy de produtos “Hemp-Infused” para “Suplementar uma Legendária Vida bem vivida”. Com firme convicção que idade é coisa da sua cabeça, fechou com um mantra essencial para viver essa vida bem vivida (que deixo em inglês porque é impossível traduzir com o mesmo efeito): “Forgive, forget and move on”.

Vindo de outro background mas com também gigante sabedoria, Marc Pritchard, Chief Brand Officer da Procter&Gamble, deu uma aula sobre criatividade que gera mudança ao dividir como iniciou um movimento dentro da empresa sobre equidade, igualdade e justiça social. Isso ressoa em fortes campanhas, criadas através da junção de olhares diversos no time, como #TalkAboutBias ou The Choice. O que mais me chamou a atenção foi sua humildade em assumir que seu olhar sozinho não é abrangente o suficiente e é preciso ter todos os lados na mesa.

Em um ótimo papo sobre liderar com segurança e motivar com empatia, Hunter Lewis, Editor Chefe do Food&Wine, colocou esse lado humilde e vulnerável dentro do ambiente de trabalho com a frase: “Se você não mostrar mais de você como um ser humano, não existe confiança”. Não posso concordar mais com essa afirmativa em um tempo onde abrimos nossas casas em calls regados a choros e gritos de crianças e simpáticos pets que adoram teclar. Finalmente estamos aprendendo que mostrar nossas fragilidades é poderoso e nos torna mais fortes.

Para fechar o dia, uma conversa entre gênios, genial. Mayim Bialik, que você deve conhecer do Big Bang Theory, mas que na vida real é neurocientista e PHD, e nada mais, nada menos que Yuval Noah Harari, o historiador e filósofo que revolucionou a minha e milhões de cabeças com Sapiens, engajaram em uma discussão nerdológica épica que me fez grudar na tela do computador e segurar meus fones com as duas mãos. Alguns conceitos tirados da contenda verbal:

– Por mais que estamos enfrentando mudanças em uma velocidade nunca vista, Mayim defende que a conexão humana e o toque humano são insubstituíveis.

– Yuval adiciona que a Covid não vai matar o abraço, assim como o HIV não matou o sexo.

– Nosso medo da mudança e da inovação é algo natural e que faz todo o sentido. Segundo Yuval, toda revolução que tenta mudar muita coisa, muito rápido, está fadada ao desastre. Enquanto revoluções moderadas tem mais êxito.

– Não devemos acreditar em tudo e temos que ter cuidado. Não é só porque está escrito em um livro que aquilo é uma verdade.

– Inovadores sempre vendem a parte boa da inovação, é o seu papel. Mas precisamos pensar nos malefícios dessa mudança. Para isso, Yuval propõe que, assim como médicos tem aulas e certificado em Ética, os programadores também precisam ter o mesmo comprometimento, uma vez que eles estão moldando o mundo através de seus algoritmos.

– Ethics for Codes. Ao desenvolver alguma coisa, pense no pior político que você tema e o que poderia ser feito com sua criação em suas mãos. Isso deve balizar o seu bom senso, ou como Mayim falou que seus pais sempre disseram em Idishe (um dialeto judaico), o seu “Sechel”.

Yuval concluiu com algo estranhamente positivo, já que sempre tem seu tom alarmista. Vivemos hoje no melhor momento para um humano viver na história. Claro que não para o planeta ou animais, mas como humanos, nunca tivemos tanta saúde, longevidade e até baixa violência. Mais pessoas morrem por acidentes do que por violência no mundo. Ele fala que devemos ser positivos. Isso porque acreditar que as coisas podem melhorar nos faz mais responsáveis a tomar ações. E vencer a pandemia e cuidar do nosso ambiente é algo que está nas nossas mãos e só não acontecerá se for por motivos estritamente políticos, não naturais.

Fica aqui, então, meu combustível de positividade para todos. Encham o tanque para que, como disse Willie, façamos o mundo rodar do nosso jeito e voltemos para a estrada outra vez: “We’re the best of friends, insisting that the world be turnin’ our way, and our way. Is on the road again. Just can’t wait to get on the road again.”

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